As ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) somaram até esta quinta-feira (9) o total de 46 vítimas fatais por Covid-19 em Campinas , segundo dados do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) do município. De acordo com o departamento, foram avaliados 547 idosos em 27 instituições e, do total, 62 testaram positivo para a doença, sendo que 55 passaram por internação.
Os dados divulgados pela Saúde são resultados já obtidos em 24 ILPIs. Outras três instituições ainda aguardam resultados. Segundo o Devisa, entre as unidades com resultados, cinco já não têm mais idosos ou trabalhadores com sintomas. O levantamento foi o segundo do tipo realizado pela Prefeitura.
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A primeira morte de um idoso em decorrência da doença em asilo em Campinas ocorreu no dia 4 de abril. O homem de 71 anos morava em um estabelecimento irregular, que acabou interditado pela Prefeitura.
ESTUDO
De acordo com um estudo do Observatório PUC-Campinas, que analisou dados da covid-19 até o final de junho em Campinas, a população idosa responde por 84,9% do total de óbitos registrados no município - sendo 250 dos 297 óbitos confirmados até a data. Além disso, a maior parte das mortes foi registrada em população entre 70 a 89 anos- com 53,9% dos casos.
Segundo o economista Cristiano Monteiro, que coordenou o levantamento da universidade, apesar da população idosa representar a grande maioria das vítimas fatais, sendo o público de risco, a maior parte dos casos confirmados da doença foram registrados na população jovem e adulta, que foram responsáveis por 75,5% dos casos até junho. Essa população representa 6.055 dos 8.020 casos notificados da doença em Campinas até 29 de junho.
De acordo com Monteiro, o estudo serviu para mostrar a tendência de que a maioria dos casos estão entre os adultos, principalmente os com idades entre 29 e 59 anos. Além disso são eles os responsáveis pela contaminação dos idosos. Ele também destaca a importância do cuidado com serviço especializado para idosos.
"A maioria dos casos de contaminação que vemos, são levados da população adulta, que trabalha, sai, e acaba contaminando os idosos. Isso mostra a importância do isolamento dessa população e dos cuidados para que adultos não levem a doença para esse público mais vulnerável", disse.