A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) informou na manhã desta quarta-feira (22) que cancelou o ingresso à universidade via Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e que as vagas do Exame Nacional serão transferidas para o Vestibular 2021.
Segundo a universidade, a medida acontece devido a mudança de datas do exame pelo Inep (Instituto Nacional de Educação e Pesquisa) e que impossibilita que a Comvest (Comissão Permanente para Vestibulares da Unicamp) receba os resultados a tempo das matrículas. A alteração do Enem foi causada devido ao enfrentamento da pandemia do coronavírus.
Ao todo são 639 vagas previstas pelo edital que agora serão transferidas para o Vestibular Unicamp 2021, que passará a oferecer 3.234 vagas. As aulas na universidade têm previsão de início para 15 de março, enquanto a data prevista de divulgação do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) é para o dia 29 de março.
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A universidade também adiantou que o Vestibular 2021 manterá as políticas de inclusão, com 322 vagas destinadas a estudantes de escola pública, 172 vagas para escolas públicas e declarados pretos e pardos e 145 somente para declarados pretos e pardos.
Com a inclusão, a Unicamp ficará com um total de 3.234 vagas divididas em 70 cursos de graduação.
Com o acréscimo, a universidade passa de 15% para 25% de destinação das vagas à cotas étnicos-raciais, incluindo os 10% que eram destinados à estudantes do Enem. Ainda segundo a Unicamp, a meta é atingir 50% de estudantes de escola pública. Neste ano, o percentual chegou a 45,4% .
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O diretor da Comvest, professor José Alves de Freitas Neto, lamentou a não utilização da prova federal, mas assegurou a inclusão de estudantes dentro do vestibular.
"Gostaríamos muito de manter o Enem, mas quando Inep divulgou calendário com previsão de divulgação em 29 de março nos deixaram incertos quanto a organização. Lamentamos, mas não será possível manter a entrada por ele neste ano. Por isso quase a totalidade de vagas será preenchida neste ano pelo nosso vestibular. Faremos um único sistema e as vagas de estudantes escola pública e cotistas estão asseguradas com mesmas regras dentro do vestibular ", afirmou.
MUDANÇAS
Entre as mudanças que estão incluídas com o acréscimo do Enem ao vestibular, estão ainda a reabertura da isenção, que será agora destinada a um maior número de estudantes, e a definição de mais convocados para a segunda fase do vestibular, passando de 11,5 mil candidatos para 16, 5 mil.
O pedido de isenção deve ser reaberto na próxima semana, e vai durar até o dia 31 de julho. Já a inscrição para o vestibular vai até 8 de setembro.
Segundo a Comvest, a primeira fase do pedido de isenção, que já tinha sido fechado, deve proporcionar pelo menos 10 mil isenções da taxa, número que agora será ampliado com a nova fase para incluir aqueles que esperavam o Enem como porta de entrada para a universidade.
A Unicamp oferecia até então 6.680 isenções para estudantes de escola pública com renda per capita de 1,5 salário mínimo, e um número ilimitado de isenções para funcionários da universidade e em cursos de licenciatura noturnos.
Além disso, por causa da pandemia a universidade já havia anunciado que no próximo ano a prova da 1ª fase será feita em dois dias para evitar aglomerações. Com isso, as provas da primeira fase serão feitas em dois dias de janeiro, e as provas da segunda fase vão ser feitas em dois dias no mês de fevereiro.
PREJUÍZOS
Segundo o diretor da Comvest, apesar de cerca de 70% dos inscritos no vestibular da Unicamp também se inscrevem no Enem, ainda há o prejuízo para estudantes de outras cidades e estados do país. Neto afirma que a prova vai a outros estados, e que neste período está abrindo ainda mais provas em outras cidades para evitar o deslocamento dos candidatos.
Ainda segundo o diretor, por causa do prejuízo que a pandemia causou no ensino, a prova foi repensada para se adequar a realidade social dos candidatos.
"Pensamos uma prova adequada a realidade escolar, por isso tranquilizamos os candidatos. Vamos considerar a realidade, priorizando conteúdo do 1º e 2º ano do ensino médio, por que sabemos que assuntos 3º ano não foram visto da mesma forma ou nem tanto aprofundados", afirmou. O diretor ainda citou a redução de obras literárias e a adaptação do programa, visando as habilidades.