O prefeito de Campinas , Jonas Donizette (PSB) , vai encaminhar nesta semana à Câmara Municipal um projeto de lei para a construção de um shopping popular de compras , espaço que receberá os camelôs da região Central. A promessa é que, com o novo local, a atividade fique centralizada e as barracas espalhadas pelo Centro sejam retiradas.
Com o projeto aprovado, a Prefeitura disponibilizará uma área de 18 mil metros quadrados, no complexo ferroviário central, próximo ao Terminal Metropolitano, para os comerciantes. Já a construção e manutenção do local serão de responsabilidade dos próprios camelôs, que terão a obrigação da saída dos pontos da área central.
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A estimativa é que 1,2 mil comerciantes instalados na área do entorno do Terminal Central sejam transferidos para o novo local. O número contempla todos os camelôs do Centro, exceto as barracas localizadas no Terminal Mercado, que serão mantidas.
O desbloqueio da área do Centro foi necessária porque a Administração precisa liberar o terminal, que vai ser o principal ponto de embarque e desembarque do Corredor Ouro Verde do BRT, que fará ainda a ligação com o Corredor Campo Grande até a rodoviária, ponto chamado "área branca" no Centro.
O espaço cedido é parte do complexo que foi cedido pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte) à Prefeitura, para a construção do shopping popular de compras por 30 anos, podendo ser renováveis.
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Segundo o prefeito, o encaminhamento ao legislativo será feito na próxima quarta-feira (29), e possibilita um espaço para os comerciantes poderem trabalhar com tranquilidade.
"Essa construção vai criar um espaço para que eles possam trabalhar. Vamos retirar todas as barraquinhas do Centro da cidade, é emblemático", declarou. Segundo Jonas, o projeto teve aval do Ministério Público.
CONQUISTA
O projeto do shopping foi feito por um arquiteto contratado pelos camelôs. O projeto vai restaurar o imóvel atual e no terreno ao lado será construído um prédio de três pisos. O barracão restaurado e a nova construção abrigarão os boxes e uma praça de alimentação. O local também prevê estacionamento. Segundo o presidente do sindicato o custo da obra será entre R$ 25 mil e R$ 30 mil para cada lojista.
O vice-presidente do Sindipeic (Sindicato dos Permissionários, Comerciantes, Ocupantes de Boxes e Prestadores de Serviço em Solo Público da Economia Informal em Campinas), José Carlos dos Santos, conhecido como Carlinhos Camelô, comemora o projeto, que segundo ele, é uma conquista que veio depois de anos de luta.
Segundo Carlinhos, há 27 anos os camelôs estão no Centro, e há 12 buscam um local próprio, após inseguranças e ameaças de retirada.
"Hoje não temos segurança. Entra prefeito, sai prefeito, mexe no camelô, entra o Ministério Público pedindo saída, então essa área é uma conquista muito grande, e creio que todos estão contentes com que isso esteja saindo do papel".
O presidente se refere ao imbróglio que se arrasta há anos. A saída dos vendedores da área foi determinada pelo Ministério Público em 2011. No ano de 2018 foi feita uma reunião entre Prefeitura, camelôs, Setec (Serviço Técnicos Gerais) e promotoria de Justiça e ficou definida os prazo de 90 dias para a entrega de um projeto.
De acordo com o porta-voz dos Camelôs, 90% dos comerciantes estão de acordo com o novo local, que foi aprovado também pela localização.
"O que a gente queria era uma área que ficasse próximo ao Centro. E ali tem fluxo de pessoas da rodoviária. Tem o BRT próximo, acredito que será um bom local", declarou.
Ainda segundo Carlinhos, a expectativa é que o público se desloque e vá para o novo local. "O público acaba aderindo. Tenho certeza que as pessoas vão até nós", afirmou.