Pedro Tourinho foi o entrevistado do iG nesta segunda.
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Pedro Tourinho foi o entrevistado do iG nesta segunda.


O portal iG estreou nesta quarta-feira (29) uma série de lives com pré-candidatos à Prefeitura de Campinas , e o primeiro convidado foi Pedro Tourinho (PT) . Na conversa com os jornalistas Ricardo Galuppo, Ludmilla Pizarro e Bruno Accorsi, o vereador disse confiar que o PT pode recuperar espaço no cenário político da cidade, mesmo após a onda de antipetismo construída desde 2014, e avaliou questões como as obras da barragem de Sousas e os passos para reacelerar a economia campineira.

A entrevista complea com Pedro Tourinho pode ser vista no  Youtube e no Facebook .

No segundo turno das eleições presidenciais de 2018, contra o petista Fernando Haddad, Jair Bolsonaro teve 68,82% de votos em Campinas, o que corresponde a mais de 400 mil pessoas, muitas delas adeptas do discurso do antipetismo. Na avaliação de Tourinho, esse cenário registrado há pouco menos de dois anos se diliuiu.

"As pessoas não perceberam, naquela época, que você não pode eleger um governante que fala que vai metralhar uma parcela da população Para ele metralhar uma outra parcela é um estalo de dados, e foi isso que aconteceu. Para além dos ‘petralhas’, ele sacrificou a vida das nossas avós, nosso pais, hipertensos, diabéticos, profissionais de saúde, jovens que não tinham problema nenhum. A gente tem a leitura de que isso chacoalhou o que pareciam ser verdades absolutas, de que o PT é só corrupção, não tem condição de governar", afirmou.

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Com sustentação nessa análise, o pré-candidato confia que mais pessoas estão dispostas a ouvir o PT, mas destaca que o debate será difícil.

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"O debate está aberto, não vai ser fácil, a gente não tem dúvida disso. Mas a gente não se encontra mais sobre a vigência daquela onda bolsonarista que assolou o Brasil entre 2016 e 2018. Hoje, o debate pode ser feito de forma mais franca, mais tranquilo, com muito mais condições de um debate e um diálogo honesto, que apresente propostas, diferença. É nisso que agente aposta, em construir um debate com setores amplos da cidade que não estão mais capturados por esse transe que tomou conta do brasil e já têm hoje uma perspectiva muito mais crítica. A gente tem uma avaliação muito clara de que é possível mudar essa direção", avaliou.

Economia pós-pandemia

Questionado sobre as medidas que podem ser adotadas para recuperar a economia da cidada após os estragos feitos pela pandemia, Tourinho defendeu a valorização das cooperativas e da economia solidária.

"A gente promover a partir do poder público local o fortalecimento de atividades econômicas locais, o fortalecimento do cooperativos, economia solidária. O poder público exercendo um papel de fomentador e organizador, apoiando o desenvolvimento das potencialidade econômicas que cada localidade da cidade tem", disse.

"Vai ter que ser feito um amplo esforço de produzir ações continuadas de longo prazo de proteção social para as pessoas, sem as quais a gente periga viver um processo de regressão social muito profundo, de piora muito substancial na vida das pessoas, com essa onda do desemprego. A gente tem que ter um fortalecimento dos mecanismos de assistência e proteção social", completou.

PPPs e barragem de Sousas

O petista também ponderou sobre o modelo de parceria público-privada (PPP), adotada pelo atual governo para projetos de gestão do lixo, que teve a licitação anulada pelo TCE hoje (29), e da iluminação. Ele disse que não se opõe às PPPs ou qualquer relação com outros setores econômicos, desde que “o interesse público prevaleça”.

Ao falar sobre as obras da barragem de Sousas, que serão herdadas pelo sucessor de Jonas Donizette, Tourinho foi categórico ao dizer que não vê utilidade no projeto, que promete 70 dias de abastecimento durante períodos de seca, mas gera debate desde que foi anunciado, em razão dos impactos ambientais que pode causar.

“O projeto das barragens de Sousas não está comprometido com a segurança hídrica de Campinas. Essa promessa de oferecer 70 dias de segurança hídrica para a cidade não é verdadeira, até porque nem tem a infraestrutura de adutoras propostas para fazer isso em curto prazo. A gente tem vários outros mecanismos para garantir a segurança hídrica da cidade. Na prática, esse projeto tem como verdadeiro horizonte a especulação imobiliária. Vai criar uma linda lagoa lá e a gente vai ter uma perspectiva de exploração imobiliária em torno desse ambiente”

“Não existe processo de desenvolvimento para uma cidade como Campinas que permita um horizonte de agressão ambiental irreversível como no caso dessa barragem, sem benefício nenhum. Temos que trabalhar em uma perspectiva de uma transição ecológica, discutir a pauta ambiental. No nosso entender, é uma discussão que tem que atravessar todos os eixos da administração pública. Eu não tenho nenhuma perspectiva de apoio a esse projeto das barragens, acho que é um mau uso de dinheiro público.

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