Pesquisadores durante trabalho no Instituto de Biologia da Unicamp.
Liana Coll/Unicamp
Pesquisadores durante trabalho no Instituto de Biologia da Unicamp.


A Força-Tarefa da Unicamp realizou, até o final de agosto, mais de 70 mil testes RT-PCR para identificar o novo coronavírus e confirmar casos de Covid-19, em um trabalho que foi além de Campinas e atendeu 62 cidades. Apesar de o ritmo ter caido nas últimas semanas, a expectativa é que a marca de 100 mil testes seja batida até o mês de outubro

“Costumo colocar metas em meus trabalhos. E, agora, a nossa intenção é chegar aos 100 mil testes provavelmente até outubro”, explica Alessandro Farias, imunologista do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp e coordenador da Força-Tarefa.

“Cem mil testes é uma contribuição que considero de um nível aceitável considerando o tamanho da nossa região. Quando chegarmos lá vou estar satisfeito. Essa relação de testar 10% da população é o que a Alemanha fez, por exemplo, em nível nacional. E eles foram perfeitos em relação ao enfrentamento da pandemia. Fizeram um lockdown absoluto e depois muitos testes. Chegaram a testar 50 mil pessoas por dia”, completa.

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Esforços

De acordo com o pesquisador, em junho, quando a demanda por testes atingiu o pico, a equipe chegou a fazer 3 mil testes por dia. Neste momento, o Estado de São Paulo fazia 10 mil testes diários, o que significa que 30% deles estavam sob responsabilidade da Força-Tarefa da Unicamp.

No período do início da pandemia, em março, até agosto, o número de testes RT-PCR realizados girou em torno de 611 mil, e 9% dessa atividade foi irrealizada nos laboratórios da Unicamp.

“Nós temos uma universidade pública, ainda mais no caso do Estado de São Paulo, muito bem preparada em termos de mão de obra e equipamentos de pesquisa. Com isso, de uma forma muito rápida, em menos de duas semanas no mês de março, conseguimos dar uma resposta eficaz com um investimento direto muito baixo”, comenta Farias.

Resposta

Para o pesquisador, a resposta da comunidade científica foi satisfatória, diante da necessidade urgente de apresentar uma solução para a sociedade. “O teste, no nosso dia a dia, é algo absolutamente trivial. O desafio era a escala mesmo. Apesar de achar que hoje começamos tarde, começamos antes de qualquer iniciativa no Brasil. É um motivo de orgulho para gente isso” afirma Farias.

A produção dos testes custou, até agora, cerca de R$ 3 milhões, em meio a recursos do orçamento da própria Unicamp e doações da sociedade.

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