Guardas municipais são os mais expostos ao novo coronavírus.
Carlos Bassan
Guardas municipais são os mais expostos ao novo coronavírus.


O novo coronavírus contaminou mais profissionais da Segurança Pública do que trabalhadores da Saúde em Campinas. De acordo com os resultados do inquérito sorológico feito com a categoria, divulgados ontem pela Prefeitura, a estimativa é de que 16,1% das pessoas que trabalham na área de segurança tenham se contaminado.

No início do mês, o mesmo modelo de inquérito foi aplicado aos profissionais de Saúde, tanto da rede pública quanto da privada, e a taxa de infecção foi de 10,5%.

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De acordo com o secretário de Saúde, Carmino de Souza, a contaminação pode ter sido menor na categoria porque os trabalhadores da Saúde, apesar de atuarem no contato direto com os doentes, já estão treinados para lidar com esse tipo de situação e tomar os devidos cuidados.

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“Tem um artigo muito interessante feito pela Fundação Getúlio Vargas que discute esse assunto. Os nossos policiais são muito treinados para o risco físico, mas um grande porcentual não foi treinado para o biológico, para esse risco que a pandemia nos trouxe”, disse Carmino.

“São pessoas que vão para a linha de frente, que têm contato com a população durante o trabalho, enfrentam o crime e aglomerações e acabam se contaminando. É claro que a taxa de letalidade neste caso é baixa, pois estamos falando de pessoas muito jovens e, em geral, com muito boa condição física”, completou.

A testagem

Durante o novo inquérito, foram testados profissionais da Secretaria Municipal de Cooperação nos Assuntos de Segurança Pública e das polícias Civil, Militar e Federal. Juntas, as corporações têm cerca de 3,6 mil trabalhadores.

A testagem foi voluntária. Segundo a Prefeitura, o inquérito da PM foi feito anteriormente pelo Estado e, por isso, teve baixa adesão, uma vez que a corporação conta com cerca de 2.180 oficiais em Campinas e apenas 75 participaram.

Entre os 824 servidores da segurança municipal, 17,35% tiveram contato com o vírus. Entre 152 policiais federais , o índice foi de 15,22%. Já os 206 policiais civis tiveram 12,13% de exames reagentes, enquanto que os 75 policiais militares tiveram índice de 14,66%.

O teste aplicado foi o Hilab, que detecta, por meio de exame de sangue, se a pessoa produziu anticorpos contra o coronavírus. É o mesmo método que foi utilizado nos 12.398 profissionais de Saúde testados no início do mês.

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