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Polícia Federal efetuou prisões em Viracopos.
Divulgação/Polícia Federal
Polícia Federal efetuou prisões em Viracopos.


A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (6) uma megaoperação contra uma organização criminosa que teria como principal base de atividades o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas . Dois suspeitos foram mortos em confronto com os policiais.

Segundo a investigação, a quadrilha estaria voltada ao tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, e atuava em diversos estados do Brasil. A organização exportava grandes quantidades de cocaína para o continente europeu.  

Na ação dois suspeitos foram mortos em confronto com policiais. A PF não informou onde as mortes ocorreram. Ao todo, são cumpridos 44 mandados de busca e apreensão e 35 de prisão temporária nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Amazonas e Rio Grande do Norte. Além de Campinas, na região, os mandados são cumpridos também em Americana e Monte Mor.


De acordo com a PF, a investigação começou em fevereiro do ano passado, após uma apreensão na ARS (Área Restrita de Segurança) de Viracopos, onde foram localizados 58 kg de cocaína que teriam como destino a Europa.  

Durante toda a operação, já foram apreendidos 250 kg de cocaína pertencentes ao grupo. Ao todo, mais de 200 policiais federais, 80 policiais militares e 6 policiais civis participam do cumprimento de 44 mandados de busca e apreensão e 35 mandados de prisão temporária, em 4 estados do país.  

A operação foi nomeada "Overload", termo em inglês empregado para excesso de carga ou carga excessiva, com alusão à droga ilícita inserida clandestinamente nos aviões em meio a carga regular.  

Segundo dados obtidos durante a investigação, a organização seria composta por brasileiros, que seriam responsáveis pelo aliciamento de funcionários aeroportuários, interferência ilícita nas operações de logística do aeroporto e lavagem de dinheiro.

Entre os aliciados estão empregados e ex-empregados de empresas prestadoras de serviço na área restrita de segurança do aeroporto.  

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Segundo a Polícia Federal, dezenas de pessoas em funções diversas estão envolvidas no esquema. Entre eles vigilantes foram identificados operadores de tratores, motoristas de viaturas, operadores de equipamentos e funcionários de empresas fornecedoras de refeições a tripulantes e passageiro, que eram os responsáveis pelo esquema de embarque das drogas nas aeronaves com destino ao exterior.  

Além desses empregados, também foram cooptados pela organização criminosa um policial militar e um policial civil. 

COMO FUNCIONAVA

Segundo a Policia Federal, para a exportação da droga eram utilizados tanto o terminal de passageiros quanto o terminal de cargas, o que era mantido por meio de uma estrutura formada por três grupos de atuações distintas.

Entre eles, um deles era de "operadores externos", que seriam aqueles não pertencentes ao quadro de funcionários de Viracopos, e que seriam os responsáveis pelas tratativas com investidores e traficantes estrangeiros, além de serem os responsáveis pelo aliciamento dos funcionários do aeroporto.

O segundo grupo era formado por operadores internos: empregados aeroportuários aliciados que exerciam as atividades na área restrita de segurança, especialmente em funções que envolvam carga e descarga de aeronaves e suas movimentações.  

Já o último grupo envolvido seria de operadores estrangeiros, traficantes em solo europeu, que seriam responsáveis pela retirada de cocaína remetida a partir de Viracopos.

OCULTAÇÃO

De acordo com a investigação, a sofisticação da organização criminosa também se revelou na ocultação e dissimulação em relação a propriedades e provenientes do tráfico internacional de drogas. 

Segundo a PF, com a aquisição de imóveis, veículos, contas bancárias em nome de terceiros, e empresas no exterior, o grupo dificultava o rastreamento desses recursos. A partir de hoje (6) todos os bens pertencentes a organização estão sendo bloqueados. 

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