O estudo da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pelo grupo Johnson & Johnson foi pausado temporariamente devido a uma "doença inexplicada" em um participante. Os estudos estavam na fase três, já com a aplicação de testes em voluntários.
Em Campinas, o Hospital da PUC é um dos centros de pesquisa para a vacina, e agora também suspendeu o andamento do estudo. O hospital, no entanto, ainda não tinha começado a vacinação, apenas o pré-cadastro de voluntários. Na região estava prevista a aplicação em 1 mil pessoas.
Segundo um documento enviado a pesquisadores externos que executam o ensaio clínico com 60 mil pacientes, sendo 7 mil no Brasil, uma "pausa regulamentar" será cumprida. Com isso, o sistema online usado para inscrever pacientes no estudo foi fechado, e foi convocado o conselho de monitoramento de dados e segurança.
Em nota oficial, a Johnson & Johnsons declarou que "eventos adversos - doenças, acidentes etc - mesmo aqueles graves, são uma parte esperada de qualquer estudo clínico, especialmente grandes estudos", e que a doença do paciente afetado está sendo "analisada e avaliada pelo Conselho de Monitoramento de Segurança de Dados independente, bem como por médicos clínicos e de segurança internos".
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A identidade e localidade do paciente, no entanto, ainda não foi divulgada. Segundo a empresa, a "a privacidade do paciente deve ser respeitada e que, como ainda está aprendendo mais sobre a doença deste participante, é importante ter todos os fatos antes de compartilhar informações adicionais", afirmou.
NA REGIÃO
Essa é a segunda vacina testada contra a covid-19 na região de Campinas. Neste mês, o Hospital de Clinicas da Unicamp ampliou ainda mais o número de voluntários para a CoronaVac , vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com os chineses. Ao todo a CoronaVac será aplicada em 1 mil voluntários da região, que são profissionais da saúde.
Diferente da vacina testada pela Unicamp, a da empresa norte-americana, era disponilizada em dose única e estava aberta para qualquer pessoa que tivesse entre 18 e 59 anos e tivesse interesse se voluntariar para participar dos testes, sendo recusado apenas aqueles com comorbidades graves. Os participantes poderiam ainda ter tido ou não a doença.
A VACINA
A imunização da vacina, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S, foi desenvolvida pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que pertence ao grupo J&J. Ela foi a quarta a obter autorização de testes de fase 3 no Brasil, em agosto. Em setembro, a empresa anunciou que começaria a terceira etapa em todo o mundo, com 60 mil voluntários. No Brasil, segundo a Anvisa, são 7 mil participantes.
Em 29 de setembro, segundo a empresa, resultados preliminares e parciais apontaram que a vacina era segura e induzia resposta imune mesmo após uma única aplicação.
Os resultados eram referentes a uma parte dos participantes das fases 1 e 2, que foram conduzidas de forma conjunta. Eles ainda não foram revisados por outros cientistas requisito necessário para publicação em revista científica mas tinham sido disponibilizados em um repositório online.