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Defesa de suspeita de levar cadáver a banco contesta versão da polícia
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Defesa de suspeita de levar cadáver a banco contesta versão da polícia

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A defesa da mulher indiciada por ter levado o companheiro idoso morto a uma agência bancária em Campinas contesta a versão da Polícia Civil sobre a hora da morte da vítima. Segundo a advogada Andreza Carolina Dias Amador, o atestado de óbito indica que Láercio Della Coletta, de 92 anos, teria morrido no hospital.

Já a versão da polícia, seguindo o laudo necroscópico, é que a vítima estaria morta há pelo menos 12 horas quando foi levada de cadeira de roas por Josefa de Souza Mathias, de 58 anos, ao Banco do Brasil no Centro da cidade. O caso ocorreu no dia 2 de outubro mas foi revelado na última semana.



Apesar de contestar o horário de morte, Andreza não forneceu cópia do atestado de óbito para a reportagem. Ela também diz que o fato de Láercio ter sido removido pela ambulância do Samu, e não encaminhado pelo SVO (Serviço de Verificação de Óbito), é outro ponto que destoa do que deveria ter acontecido.

"A certidão de óbito consta que ele morreu no pronto-socorro Mário Gatti. Geralmente quando uma pessoa falece em domicílio, ou na rua, eles não levam para o pronto-socorro. Eles ligam para a Polícia Militar e o corpo é encaminhado para o SVO. A gente vai apurar os fatos ainda", disse.

A advogada afirmou ainda que Josefa e Laércio mantinham uma união estável desde 2009 e que moravam juntos. Funcionários do prédio ouvidos na última semana afirmaram que eles moravam em apartamentos separados em um edifício na Avenida Francisco Glicério.  

DEPOIMENTOS

Na sexta-feira (16), Josefa foi indiciada por tentativa de fraude e vilipêndio à cadáver pelo ocorrido e negou as acusações. Além dela, foram ouvidas outras testemunhas do caso, entre elas o chefe de segurança da agência bancária e a porteira do prédio, assim como a vizinha que teria ajudado Josefa. Um terceiro homem, companheiro da vizinha, também deve ser ouvido pela investigação.

O laudo da morte de Laércio indica morte súbita. Josefa o levou po volta de 12h20 do dia 12 de outubro ao banco para fazer a prova de vida para recebimento da aposentadoria. No local, ela disse que tinha esquecido a senha de letras dele e teria tentado apressar o atendimento, mas não deu certo. Então teria dito que Láercio estava passando mal.

Neste momento, testemunhas acionaram o Samu, que foi até o local e constatou óbito. A equipe suspeito da morte prévia por conta do estado cadavérico do idoso, e acionou a GM (Guarda Municipal). Josefa foi então levada ao 1º DP (Distrito Policial), mas liberada na época.

A PREFEITURA

Em nota, a Rede Mário Gatti de Urgência e Emergência, responsável pelo Samu e atendimento hospitalar público de Campinas, disse que "a morte do idoso foi constatada na agência bancária por uma equipe avançada do Corpo de Bombeiros" e que "o Samu havia chegado ao local antes, com uma unidade básica, que não tem autonomia para constatar óbitos. Neste tipo de situação, a causa da morte precisa ser averiguada pelos órgãos competentes".

A Prefeitura disse também que "como o corpo já estava dentro da ambulância do Samu, foi levado ao serviço de saúde mais próximo, no caso o Hospital Mário Gatti, e retirado pelo Instituto Médico Legal (IML), como manda o protocolo. O Serviço de Verificação de Óbito está fechado em razão da pandemia".

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