As aulas para os alunos do ensino fundamental da rede estadual estão autorizadas a voltarem nesta terça-feira (3) em Campinas.
A decisão do governo estadual permite a retomada hoje das aulas presenciais para os alunos do 1º ao 9º ano em todo o Estado. A reabertura das escolas, no entanto, é facultativa e não vale para as escolas da rede municipal, que vão permanecer somente com o ensino remoto neste ano , por determinação da Prefeitura.
Em Campinas, no dia 7 de outubro, alunos do ensino médio e do EJA (Educação de Jovens e Adultos) já foram liberados para retomarem as aulas nas unidades do Estado. Nessa mesma data as escolas particulares também foram reabertas para todas as séries, desde o ensino infantil até o médio, mas respeitando os protocolos de saúde e de redução na capacidade de atendimento dos alunos.
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No entanto, no caso das escolas estaduais da cidade, houve uma decisão pela retomada apenas de atividades complementares, reforço escolar e recebimento daqueles alunos que não têm acesso ao ensino remoto em casa, medida que segundo a APEOESP (Sindicato Professores do Ensino Oficial do Estado de SP) continua, agora passando a valer também para os estudantes do ensino fundamental.
Na semana passada, o governo estadual iniciou a testagem de covid-19 em escolas de Campinas , como uma das medidas para a volta às aulas. A cidade foi uma das 20 no Estado a realizar a testagem. Ao todo eram previstos 700 exames realizados em cinco escolas. O resultado, no entanto, ainda não foi divulgado.
Com autonomia de cada escola para decidir o retorno, em Campinas, das 97 escolas estaduais apenas 22 retomam as atividades no mês passado, ainda mantendo as aulas por meio do ensino remoto. O balanço com quantas escolas reabririam a partir de hoje foi solicitado pela Secretaria de Educação do Estado, mas ainda não houve retorno.
Já, na rede particular, foram cerca de 300 escolas que retomaram as atividades na cidade no mês passado, pouco mais de 80% do total de instituições do tipo.
Em nota, a APEOESP afirmou que faz o levantamento sobre o total de professores da rede estadual que voltaram as atividades, e se pronunciou contra a retomada.
Segundo o sindicato, muitos professores alegaram que não voltarão as atividades por falta de teste em massa, plano de retorno e pelo protocolo para a volta "não condizer com a realidade da escola", que contém banheiros insuficientes e salas de aula com pouca ou sem ventilação, além de falta de funcionários para a limpeza.
A RETOMADA
A retomada das aulas presenciais no dia 7 de outubro, seguiu o critério de estabilização de todo o território estadual na fase amarela do Plano São Paulo por, no mínimo, 28 dias, sendo que a contagem dos primeiros 14 dias iniciou quando as áreas que representam 80% da população do estado foram classificadas nas fases amarela ou verde, e nos 14 dias subsequentes, todo o estado fosse classificado nas fases amarela ou verde.
Segundo o governo estadual, o critério foi definido pelo Centro de Contingência do Coronavírus e pelo Centro de Vigilância Epidemiológica, ambos da Secretaria da Saúde. As definições têm, segundo o governo "como base a ciência, e visam preservar vidas, contendo a disseminação da Covid 19 e garantindo o funcionamento adequado dos serviços de saúde e educação".
Na hipótese de que o DRS (Departamento Regional de Saúde) ou município venha a ser reclassificado nas fases vermelha ou laranja do Plano São Paulo, as respectivas unidades de ensino devem suspender imediatamente as aulas e atividades presenciais.
Para a retomada, a rede estadual afirma que adquiriu uma série de insumos destinados tanto aos estudantes quanto aos servidores, como 12 milhões de máscaras de tecido, 300 mil face shields (protetor facial de acrílico), 10.168 termômetros a laser, 10 mil totens de álcool em gel, 221 mil litros de sabonete líquido, 78 milhões de copos descartáveis, 112 mil litros de álcool em gel e 100 milhões de unidades de papel toalha.
O Estado informou também que 77% dos pais da rede preferem não enviar seus filhos antes da vacina. Na região isso seria cerca de 500 alunos por escola.
UMA NOVA ESCOLA
Os estudantes que retornarem às escolas encontram um ambiente completamente diferente do que foi deixado para trás no começo do ano.
Além das regras sanitárias de higiene para impedir a proliferação do vírus, há ainda uma série restrições, desde o limite de capacidade de até 35% dos alunos até as medidas de distanciamento, ou seja, após o longo período sem ver os colegas, nada de beijos, abraços e atividades em grupos com contato físico que caracterizem aglomerações.
Além disso, o uso de máscara será obrigatório, principalmente para os alunos mais velhos. Também terão que trocar sapatos e aferir a temperatura, logo na entrada.