O número de pré-inscrições para crianças interessadas em uma vaga na rede municipal de educação infantil teve uma redução de 39% neste ano em Campinas . Segundo a Secretaria de Educação, a pré-inscrição, que estava programada entre os dias 31 de setembro a 30 de outubro, teve apenas 5.902 crianças inscritas para futuras vagas. No ano passado, o número ficou em 9.688.
O cadastro para a rede é destinado a alunos com idade entre zero e 5 anos. Isso vale para aqueles alunos que estão fora da escola, os que querem ser transferidos de uma escola particular para rede municipal e também para crianças que chegam de outras cidades.
Atualmente, Campinas tem cerca de 44 mil crianças matriculadas na Educação Infantil municipal. Existe ainda uma fila por vagas de cerca de 4,9 mil crianças com idade de zero a 3 anos. Para os alunos com idade entre 4 e 5 anos, as vagas são garantidas por lei.
Segundo a Administração, a pré-inscrição concede algumas vantagens aos pais, como melhor pontuação que auxilia no processo de conseguir uma vaga. Além disso, o processo é utilizado pela Prefeitura para fazer a organização escolar do próximo ano, quantificando a demanda de alunos.
Com aulas suspensas, a Administração adiantou que é previsto a retomada das aulas na rede municipal a partir de fevereiro (leia mais abaixo).
PRORROGAÇÃO
Por causa da baixa procura, a Prefeitura decidiu prorrogar o prazo do pré-cadastro, deixando até o fim deste ano as inscrições com o mesmo critério de pontuação, para não prejudicar o acesso infantil.
Segundo a secretária de Educação, Solange Pelicer, é esperado que neste ano o número de inscrições aumente na rede.
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"Por causa do ano atípico que vivemos, muitas pessoas ficaram mais em casa, ainda estão com medo de sair, mas eu acredito que agora em novembro e dezembro vão nos procurar. Muitos procuram em cima da hora. Então por isso implantamos o cadastro on-line e vamos continuar para não prejudicar as crianças que precisam de vaga," afirmou.
Para fazer a pré-inscrição, os pais devem procurar uma escola da rede ou acessar o site da Prefeitura.
A classificação é feita por meio de critérios já estabelecidos pela Secretaria de Educação, como por exemplo, ter se candidatado neste pré-cadastro, estar inserida no Bolsa Família, situação de vulnerabilidade, entre outros.
Para uma mesma criança é possível solicitar vaga em apenas um CEI (Centro de Educação Infantil) ou entrar no cadastro solicitando vagas nas instituições colaboradoras. As vagas são indicadas por ordem de proximidade do CEP onde a pessoa mora ou trabalha.
NA CONTRAMÃO DO ESPERADO
O número de pré-inscrições que ficou abaixo se comparado com o ano passado surpreendeu a Prefeitura, pelo aumento de alunos que saíram das redes privadas de educação infantil por causa da pandemia.
Segundo a secretária, entre os motivos estão a ainda não procura dos pais, que deve aumentar até o final do ano, mas também existe um êxodo de pessoas da cidade.
"Além da falta de procura, notamos um número considerável de crianças que voltaram com os pais para a cidade de origem. Mas mesmo com isso, achamos que em novembro e dezembro a procura vai aumentar", afirmou Solange.
Apesar de não vista na educação infantil, o aumento é sentido com mais peso no ensino fundamental, segundo a secretária.
"Já foi sentido e mais marcante o aumento no ensino fundamental, que dividimos com o Estado. Como quem faz o cadastro é o sistema do governo estadual, essas matrículas ainda estão em processamento e vamos ter provavelmente o número fechado em dezembro, mas já estamos sentindo esse aumento", afirmou.
A VOLTA ESPERADA
Ainda segundo a secretária de Educação, a previsão é que as aulas para a rede infantil retomem em fevereiro do ano que vem.
Desde a suspensão, as crianças do ensino primário não foram contempladas pelas aulas na plataforma virtual. Elas tiveram acesso somente as atividades entregues pelos profissionais com orientações para os pais.
Entre os protocolos para a volta, a secretária citou que já está em andamento a testagem dos profissionais da educação e a compra de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para serem utilizados nas escolas. Os protocolos para a retomada estão sendo analisados, ainda com observação da situação epidemiológica.
"Hoje a orientação é a capacidade de 35% da capacidade, o que pode mudar até lá. Mas, o mais importante é o tamanho da sala em relação ao número de crianças, para respeitar a distância e evitar as atividades com aglomeração. Vamos ainda ver quantas crianças vamos comportar por escola e por sala, e até fevereiro analisar qual vai ser o comportamento da pandemia. Seguiremos com todas as regras", afirmou.