A Polícia Civil
cumpre, na manhã desta terça-feira (15), mandados de Justiça em Jaguariúna
contra uma organização criminosa com sede no Espírito Santo. A operação ocorre em quatro estados do país e tem como objetivo desarticular o grupo. Ao todo, são executados 126 mandados e, segundo a polícia, o grupo criminoso possui ligação com empresas e pessoas investigadas pela Operação Lava Jato.
A operação Piànjú tem objetivo de desarticular uma organização criminosa com atuação interestadual e internacional. Ela ocorreu de forma simultânea nos estados do Espírito Santo (nas cidades de Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica), São Paulo (Capital, Santos e Jaguariúna), Ceará (Fortaleza) e Alagoas (Maceió).
Foram expedidos 126 mandados judiciais, sendo, 18 mandados de Prisão Preventiva, cinco mandados de Prisão Temporária, 30 mandados de busca e apreensão, 23 sequestros de embarcações, 43 ordens judiciais de bloqueio de contas bancárias e duas ordem judiciais de suspensão de atividades econômicas.
Segundo a Polícia Civil, o grupo era especialista em lavagem de dinheiro e falsificação de documentos e atuava de forma estruturada com a finalidade de praticar diversos crimes, entre eles organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e particulares, inserção de dados falsos em sistemas informatizados, falsidade ideológica, estelionato e falsa comunicação de crime.
Você viu?
Dentre as ordens de busca e apreensão, encontram-se 12 imóveis, três veículos de luxo (um Porsche Panamera, uma Maserati Gran Turismo e uma Mercedes Benz Gla 200), 12 motos aquáticas e 11 embarcações.
OPERAÇÃO PIÀNJÚ
A Operação Piànjú teve início há dois anos, quando a DFRV/DEIC (Divisão de Furtos e Roubos de Veículos da Diretoria Estadual de Investigações Criminais) comprovou que a organização criminosa, composta por dois empresários do Espírito Santo, agia como "prestadora de serviços" de lavagem de capitais para outros organizações criminosas.
Segundo a polícia, eles possuiam, inclusive, ligações com empresas e pessoas investigadas e denunciadas no âmbito de diversas fases da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Há ainda ligações com empresas que foram investigadas por atuarem com os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama, ambos investigados pela força tarefa da Lava Jato.
Foram executados mandados de prisão aos membros responsáveis pela lavagem de dinheiro, que era realizada por meio de empresas de fachada ou fictícias. As empresas eram criadas com identidades falsas expedidas pelo Setor de Identificação da própria Policia Civil do Estado do Espírito Santo, onde a Organização Criminosa se valia da precariedade do sistema atual de emissão de identidades civis e os beneficiários da lavagem.
Ainda de acordo com a polícia, a organização tinha sede no Espírito Santo e chegou a movimentar mais de R$ 800 milhões de reais que eram remetidos para contas de empresas na China e nos Estados Unidos.