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Revendedores de veículos fazem carreata contra aumento do ICMS
Reprodução: ACidade ON
Revendedores de veículos fazem carreata contra aumento do ICMS

Um grupo de revendedores de veículos de Campinas realizou, na manhã desta segunda-feira (11), uma carreata em repúdio ao aumento na alíquota do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) no setor. 

A manifestação foi promovida pela Arvec (Associação das Revendas de Veículos Seminovos de Campinas), e os empresários percorreram as principais avenidas da cidade desde as 8h. 

A carreata reuniu lojistas filiados e parceiros de todo o estado, e vai contra a decisão do governo estadual de retirar o benefício fiscal da categoria e aumentar a alíquota do ICMS de 1,8% para 5,53%. Segundo o setor, a alta será de 207%. 

Para a entidade, o aumento é "extremamente abusivo" e poderá trazer um impacto negativo para o segmento que já passa por um momento delicado e que, inclusive, poderá ocasionar em mais demissões. 

A concentração teve início às 8h, na Avenida Jacy Teixeira de Camargo, próximo ao Campinas Shopping, e percorre as principais avenidas da cidade. Durante a carreata, o grupo causou congestionamento por alguns minutos nas três faixas da Avenida das Amoreiras, sentido Centro. 

Eles também tentaram acesso à Rodovia Santos Dumont (SP-075), mas foram impedidos pela Polícia Militar Rodoviária. Até às 10h20, o grupo se aproximava do Viaduto Cury, no Centro. 

Sobre o congestionamento, a entidade disse que "agradece a compreensão de toda população pelos possíveis transtornos causados ao trânsito e reforça que a indignação também atende ao consumidor que será mais uma vez explorado por esse aumento vergonhosamente abusivo e inaceitável", pontuou a associação em nota. 


MOTIVOS 

Segundo o presidente da Arvec Luiz Carlos Mendonça, o aumento de impostos deve resultar em 30 mil demissões, e as manifestações devem seguir em todo o estado até que haja um retorno por parte do governo estadual. "Nem nos atender ele atende". 

"Estamos aqui hoje só reivindicando o que o Fleury [ex-governador] há 20 anos nos deu de incentivo. Incentivando empregos e novas empresas para, automaticamente, gerar mais empregos. Hoje ele [João Dória] está tirando o desconto que o Fleury nos concedeu e colocando 207% a mais no imposto". 

O lojista Washington Silva, que participa da manifestação nessa manhã, já prevê impactos negativos em seu negócio.  

"A gente está aqui hoje para brigar por um direito nosso. Esse imposto não existe, e vai envolver milhares e milhares de pessoas que estão atrás do ramo de automóveis. Eu mesmo tenho 20 funcionários e se isso acontecer vai reduzir para cinco, e depois eu fecho", comentou. 

A entidade representa mais de 1,5 mil lojas do setor em Campinas e, de acordo com ela, o ramo emprega mais de 10 mi funcionários.

OUTRO LADO  

Em nota, o governo estadual afirmou que a categoria se beneficiou de isenção fiscal de até 98% por quase 30 anos e que tanto a revogação da renúncia quanto a alta na alíquota são necessárias para reduzir as perdas aos cofres públicos causadas pela pandemia. 

"Os veículos novos e usados por quase três décadas se beneficiaram com renúncias fiscais de até 98%, em relação à alíquota de 18% praticada no Estado. Com o ajuste fiscal, os carros 0 km, que pagavam 12%, passarão a pagar 13,3% de imposto a partir de 15 de janeiro e 14,5% a partir de abril. Já os usados, que tinham carga tributária de 1,8%, pagarão 5,5% a partir de 15 de janeiro e 3,9% a partir de abril", diz o texto. 

" O objetivo do ajuste fiscal é proporcionar ao Estado recursos para fazer frente às perdas causadas pela pandemia.A medida, garantida pela Constituição, é necessária. O Governo de São Paulo segue aberto ao diálogo e tem realizado reuniões com os representantes dos diversos setores"completou.

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