A RMC (Região Metropolitana de Campinas)
iniciou 2021 mostrando aumento nos números de casos e mortes por Covid-19
, segundo dados do Observatório da PUC.
A primeira semana fechada de 2021 - entre os dias 3 a 9 de janeiro- terminou com um aumento de 57,73% do número de casos e 54,92% do número de mortes causadas pela covid-19 em relação à semana anterior (de 27 a 2 de janeiro).
Segundo o boletim, na última semana foram confirmados 5.710 casos na RMC, contra 3.620 da semana anterior. Já as mortes saltaram de 71 para 110.
A mesma tendência de aumento foi vista nos dados avulsos de Campinas, que registrou no período 2.094 novos casos, com aumento de 46,7% sobre os 1.427 registradas até o dia 2. Já as mortes tiveram aumento de 22,5%, com o registro de 38 vítimas contra 31 no período anterior.
O DRS (Departamento Regional de Saúde) continua sendo a segunda do estado de São Paulo com maior número de casos e mortes, só perdendo para a Grande São Paulo.
A variação do DRS-Campinas em termos de novos casos foi de 8,25 mil casos, aumento de 59,81%, já as novas mortes tiveram alta no DRS-Campinas de 29,24%, com 137 óbitos entre todas as cidades que compõem o departamento.
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Segundo a análise Campinas e Santa Bárbara d'Oeste são os dois entre os municípios com maior índice de mortes do DRS, com 128 e 125 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. Eles estão, inclusive, no grupo dos 25% com maiores taxas de mortalidade no estado de São Paulo.
DESCUIDADOS
Para o infectologista André Giglio Bueno, integrante do grupo de pesquisa do Observatório, foi observado ainda um aumento nas internações de pacientes com covid-19 na região, o que já é resultado dos descuidados e das aglomerações vistas durante o fim do ano passado.
Nesta semana, o HC chegou a suspender novos atendimentos por superlotação na área de covid-19 do hospital. Até ontem (11), a ocupação de leitos para covid-19 na cidade estava em 84%, sendo que nos hospitais municipais a taxa é de 91,89%.
"O aumento de internações observado nesta semana provavelmente começa a refletir as exposições ocorridas nesse período de Natal também, pois se encaixa justamente nessa faixa de tempo de duas semanas. Os reflexos das exposições ocorridas no período da virada de ano provavelmente ainda não estão representados nestes últimos dados. Fato extremamente preocupante, já que as pressões sobre o sistema de saúde são grandes", disse.
Segundo a análise dos pesquisadores, o esperado é um aumento de novas internações de duas a três semanas após as exposições, sendo os reflexos das exposições ocorridas no período de Natal observados agora, e os do período de virada de ano que ainda devem ser vistos.
Na última semana, a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas), disse em entrevista estar preocupada com o aumento de novos casos neste mês, por causa das aglomerações de fim de ano.
Segundo a análise dos infectologistas da PUC, divulgada no estudo, não houve medidas suficientes para conter as aglomerações e evitar o aumento de casos agora.
"A combinação de datas festivas, períodos de férias para alguns, fez aumentar muito a circulação de pessoas e consequentemente o número de casos. Não houve medidas mais energéticas tanto em nível nacional como estadual para mudar de forma mais eficiente esse cenário" diz o texto, que em seguida cita a medida do Estado, de deixar por seis dias todas as regiões na fase vermelha
, ineficaz.
"Houve tentativa de fato do Estado, colocando a região na fase vermelha por alguns poucos dias, mas a medida teve impacto muito questionável, por sua duração limitada, dificuldades de fiscalização e municípios que não adotarem a determinação, além das aglomerações privadas dificilmente acessíveis pela medida", reitera a nota.