A RMC (Região Metropolitana de Campinas) registrou um aumento de 14,4% no número de mortes por covid-19 segundo estudo realizado pelo Observatório PUC-Campinas . De acordo com o levantamento, a região também apresentou aumento de 5,3% no total de casos confirmados.
Os dados de casos e mortes por 100 mil habitantes na região são do período do dia 24 de janeiro até o dia 30. Nesse intervalo, foram 6 mil casos e 103 mortes confirmadas na região. A comparação é com o boletim anterior, de 17 a 23 de janeiro.
EM CAMPINAS
Apesar do aumento na RMC, Campinas teve variação negativa, segundo a PUC. No período analisado, foram 2,7 mil registrados - isso corresponde a -0,48% em comparação à semana anterior. Em relação às mortes foram 44 (-6,38%).
"Da perspectiva da saúde, em diversas cidades da região, o mês de janeiro foi aquele com mais notificações de casos durante toda a pandemia até o momento. Os dados do estado de São Paulo como um todo apontam 314.973 notificados nesse mês de janeiro, contra os 261.009 do mês de julho e 261.975 em agosto. Os números de óbitos e internações, entretanto, ficaram abaixo dos meses de junho, julho e agosto, refletindo o aumento no diagnóstico de casos mais leves, sobretudo em indivíduos mais jovens. Tais valores, porém, vêm apresentando significativos aumentos desde o mês de novembro", diz o infectologista André Giglio Bueno.
HOSPITAIS
O sistema de saúde segue bastante pressionado no município de Campinas, com média de ocupação de leitos intensivos na última semana de 83,4%. Novos leitos seguem sendo abertos/remobilizados para acomodar a alta demanda. Nesta última semana, houve uma redução de 3% no número de novas internações no DRS-Campinas em relação à semana passada.
Apesar de ainda ser um número elevado (931), semelhante aos números do fim do mês de agosto, foi a primeira redução desse indicador nas últimas quatro semanas.
ECONOMIA
"Até o momento, o governo federal insiste no encerramento do Auxílio Emergencial e demais medidas de atenuação dos efeitos da pandemia. Ao mesmo tempo, tem se formado o consenso dentre os analistas de mercado de que a vacina é a única solução definitiva para o fim das restrições impostas às atividades econômicas. Neste sentido, embora a vacinação tenha sido iniciada, o Governo Federal tem demonstrado despreparo para prosseguir com um amplo programa de vacinação nacional, abrindo espaço, inclusive, para atuação descoordenada de estados e municípios", diz o economista Paulo Ricardo S. Oliveira, coordenador do estudos.
Os últimos dados da pesquisa de atividade mostram que a indústria cresceu 1,2%, comércio -0,1% e serviços 2,6%, em outubro de 2020. No acumulado do ano, em comparação com o mesmo período de 2019, a produção industrial recuou -5,5%, a atividade de serviços recuou -8,3% e o comércio cresceu 1,2%.
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SEM DADOS
Alguns dados do mercado de trabalho seguem sem atualização na PNADCOVID. Na quarta semana de setembro, a taxa de desemprego ficou em 14,4%, patamar que era de 10,5% na primeira semana de maio/2020. Além disso, as reduções de carga horária e salários, bem como o desalento (quando as pessoas desistem de procurar emprego), camuflam a alta subutilização do trabalho na economia brasileira 15,3 milhões de pessoas não procuram emprego devido à pandemia ou à falta de trabalho em suas regiões.
O setor externo dava sinais de recuperação, sobretudo pelo crescimento do volume de exportações, embora com viés para importação de commodities agrícolas e minerais do Brasil. Porém, a segunda onda na Europa e nos Estados Unidos deve afetar as exportações do Brasil para esses destinos (17% das exportações da RMC destinam-se aos Estados Unidos), até que a vacina passe a afetar os indicadores de controle da pandemia.