O Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas confirmou nesta segunda-feira (15) que está monitorando 30 escolas, sendo 23 da rede particular e sete da rede estadual, após as unidades terem casos suspeitos ou confirmados de covid-19 . Desde o começo de fevereiro, ao menos cinco unidades de ensino de Campinas suspenderam as aulas por conta do coronavírus.
Segundo a Vigilância, o monitoramento é para orientar as unidades de ensino sobre como agir e quais são os protocolos a serem adotados na volta às aulas presenciais. Das 30 escolas monitoradas, em apenas uma houve surto confirmado - sendo ele na escola Jaime Kratz, que até a sexta-feira (12) tinha oito alunos e 39 professores infectados.
"O surto é caracterizado quanto se tem dois ou mais casos em um mesmo ambiente, que tenham relação entre eles e estejam em um período de 14 dias, que é o tempo de incubação da covid-19. Por exemplo, na mesma sala de aula podemos ter dois alunos sintomáticos ou um professor e um aluno", disse a enfermeira do Devisa Christiane Sartori.
"Neste caso, os contactantes diretos que tiveram contato sem máscara, a menos de 1 metro de distância e por um período superior a 15 minutos são orientados a fazer isolamento por 14 dias, bem como outros sintomáticos; os demais serão observados", explicou ela.
Tanto nas situações de casos suspeitos como de casos confirmados, a escola fica em observação, ou seja, sendo monitorada pelas equipes da Vigilância por 14 dias.
HISTÓRICO
Esta é a primeira vez que o Devisa informa um balanço da situação nas escolas de Campinas. Até a última sexta-feira (12) a reportagem do ACidadeON já tinha ciência de pelo menos sete escolas particulares com casos confirmados de covid-19.
No sábado (13) a rede estadual também confirmou o primeiro caso de aluno contaminado, sendo ele na E.E Eduardo Barnabé, que já tinha tido uma coordenadora contaminada. Além dela, a E.E Eliseu Narciso, localizada no bairro DIC 3, também teve uma funcionária da área administrativa positivada pela doença.
ESCOLAS PARTICULARES
Na sexta-feira (12), o Colégio Recanto Azul, em Campinas,
confirmou, um caso positivo de covid-19 em um aluno. Com isso, as aulas presenciais foram suspensas até o próximo dia 26 deste mês.
Também na semana passada, o Colégio Padre Júlio Chevalier confirmou que uma professora testou positivo para covid-19 esta semana. Segundo o colégio, não teve contato físico com alunos e com outros professores.
O Colégio Múltiplo, que fica no bairro Chácara Primavera, também emitiu um comunicado aos pais dos alunos informando que um professor testou positivo para covid-19. Aqui as aulas não foram suspensas.
O Colégio Farroupilha também suspendeu as aulas presenciais após um surto de covid-19 entre os profissionais.
A escola Jaime Kratz teve oito alunos e 39 professores infectados. Além disso, dois professores foram internados por conta de complicações da doença.
O Colégio Poliedro de Campinas confirmou que suspendeu as aulas presenciais após dois professores e um aluno da instituição testarem positivo para covid-19.
O Colégio Liceu Salesiano, em Campinas, confirmou, na noite de terça-feira (9), que suspendeu as aulas presenciais por conta de um caso de covid-19 na unidade.
PROTOCOLOS
Segundo a Prefeitura, no hotsite de covid-19 foram publicados três documentos com todas as orientações necessárias. Entre as orientações, as escolas devem:
- identificar precocemente sinais e sintomas compatíveis com Covid-19 em crianças e adolescentes;
- manter crianças e adolescentes suspeitos ou confirmados de Covid-19 sob afastamento social, incluindo-se as atividades escolares. O mesmo vale para os que tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados;
- informar, o mais precocemente possível, a administração da instituição de ensino sobre possíveis casos suspeitos ou confirmados que tenham frequentado atividades presenciais no estabelecimento;
- aferir a temperatura, aplicar um questionário/check list diário sobre sinais e sintomas e monitorar e contatar os familiares de alunos que faltarem;
- informar imediatamente (em até 24 horas após o conhecimento do caso) o serviço de Vigilância em Saúde Regional/Visa ou a Unidade Básica de Saúde que seja referência da escola.
CUIDADOS
Alguns cuidados são essenciais dentro e fora das escolas. O uso de máscara é obrigatório e só deve ser retirada quando a pessoa for se alimentar e que esse período não ultrapasse 15 minutos e tenha distanciamento de 1,5m entre as pessoas. Também é importante intensificar a higiene das mãos, lavando-as com água e sabão ou usando álcool gel a 70%. As medidas valem para funcionários das escolas e para estudantes.
As escolas também devem reforçar a limpeza das carteiras e dos espaços de uso comum.