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Vacinação contra Covid-19 em Campinas completou um mês.
Adriano Rosa/Prefeitura de Campinas
Vacinação contra Covid-19 em Campinas completou um mês.


Campinas completa nesta quinta-feira (18) um mês desde que teve a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 . De lá pra cá, 70.622 pessoas já foram vacinadas, segundo o balanço divulgado pela secretaria estadual de Saúde. O número representa 5,9% da população total da cidade, levando em conta os dados da Fundação Seade.

A primeira aplicação de dose aconteceu no dia 18 de janeiro em uma técnica de enfermagem do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp. A "estreia" aconteceu um dia após o início da imunização no país, e contou com a presença do governador João Doria (PSDB). Três dias depois, no dia 21, a Prefeitura iniciou a campanha de imunização pela rede municipal. 

DOSES

Segundo o Estado, Campinas recebeu até o momento 93.275 doses. Número considerado ainda baixo pelo total populacional. Ontem, a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas), Andrea Von Zuben, afirmou que com a quantidade atual ainda não é possível ampliar a imunização para novos grupos (leia mais abaixo). 

Vale lembrar que o número divulgado pelo município tem divergido com os dados do portal estadual. O dado divulgado ontem (17) pela Prefeitura indicava 68,4 mil vacinas aplicadas - sendo 56.393 em primeira dose e 12.007 em segunda dose. Segundo a diretora do Devisa, o número do Vacinômetro é atualizado em tempo real, já o divulgado pela Prefeitura, contém tem atraso. 

PASSOS LENTOS

Com um mês de vacinação e 70.622 moradores vacinados, Campinas tem a média diária de 2.278 pessoas vacinadas por dia o que mostra passos ainda lentos na campanha de imunização, com risco de que essa perdure até o ano que vem. 

Fazendo uma média diária com a população adulta (acima de 18 anos, público alvo da campanha) estimada em 936.798 moradores, no ritmo atual a vacinação em Campinas duraria 411 dias (pouco mais de 13 meses), finalizando a aplicação depois de março de 2022. 

O número leva em conta o levantamento demográfico feito pela Fundação Seade, que também tem os dados da população usados no ranking de cidades que mais vacinaram no Estado de São Paulo. 

Campinas não ficou dentro da última listagem com as 10 cidades que mais vacinaram a população, mesmo sendo a maior cidade do interior com número de doses aplicadas. 

O levantamento, que foi divulgado na última sexta-feira (12), apontou São Caetano do Sul como a cidade que tinha a campanha mais veloz até o momento, com 8,1% da população local vacinada. A seguir apareceram Catanduva, com 7,2% e Botucatu, com 7%. 

A CAMPANHA

Em Campinas, atualmente, as vacinas em primeira dose estão sendo aplicadas apenas em idosos acima de 85 anos - grupo que representa 28% das mortes por coronavírus na cidade. A vacinação para os demais grupos de profissionais de saúde foi suspensa na semana passada, sendo que apenas aqueles que já receberam a primeira dose começaram a receber a segunda. 

Segundo a Secretaria de Saúde, a aplicação de doses e as etapas de vacinação são ampliadas conforme o recebimento de mais doses. Ontem (17) a diretora do Devisa anunciou o risco de suspensão da vacinação em Campinas por falta de doses. 

"Temos o número de doses pequeno perto da estimativa de idosos que pode chegar. Se não vier lotes semana que vem vamos interromper, não para essa população que já recebe. Mas não vamos conseguir ampliar pra idosos de 80 a 84 anos, a gente tem estrutura mas sem dose não conseguimos", declarou. 

Até agora, a cidade já teve quatro etapas diferentes de vacinação. A primeira deu início a imunização em profissionais da linha de frente e idosos em asilos, em seguida, outras seis categorias de profissionais de saúde foram incluídas. 

Na terceira etapa, a Prefeitura ampliou a imunização para outras 13 categorias de profissionais de saúde, e deu início a vacinação em moradores idosos- mas somente para aqueles acima de 90 anos. Por último, foi liberado o agendamento e imunização para aqueles acima de 85 anos.

RITMO DEVAGAR

Para a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucch, a vacinação segue em passos lentos por falta de doses suficientes tanto em Campinas como no Brasil. 

"O ritmo de vacinação está muito lento em virtude da quantidade pequena de vacinas que estão disponíveis. O município tem capacidade, tem organização e planejamento para vacinar um número muito superior de pessoas mas desde que tenha vacina suficiente pra aumentar essa vacinação diária", afirmou. 


Segundo Raquel, para o controle da pandemia e redução do número de vítimas, o ideal era a finalização das aplicações de doses ainda neste ano. 

"Esse ritmo não é suficiente, nós não podemos demorar oito, dez meses para vacinar toda a população. O ideal seria que nós vacinássemos toda a população elegível para vacina, além do grupo prioritário todos aqueles acima de 18 anos neste semestre, esse seria o ideal para que a gente possa sentir um controle da pandemia" explicou, indicando que pelo menos a vacinação em todos grupos prioritários deveria ser finalizada já nos próximos meses. 

"Se nós conseguirmos vacinar os grupos prioritários nos próximos dois meses já provavelmente vamos perceber o impacto disso na pandemia com redução no numero de pessoas internadas e consequentemente no numero óbitos, mas pra isso precisamos vacinar pelo menos 90% da população prioritária. Já para ter um controle com diminuição de casos o ideal é que vacina 80% da população vacinável", disse. 

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