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Leitos públicos de Campinas continuam lotados.
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Leitos públicos de Campinas continuam lotados.


A Prefeitura de Campinas confirmou na manhã de hoje (4) que a rede municipal de saúde segue com 100% de ocupação nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para covid-19 . Ontem, a cidade também registrou ocupação máxima dos leitos e inclusive fila de espera para leitos de covid e também para outras doenças. 

Com a pressão na rede pública, a secretaria de Saúde planeja iniciar o funcionamento do Hospital Metropolitano, no Parque Itália, ainda hoje.  

Segundo a Administração, a Rede Mário Gatti já está fazendo a transferência do gripário do Hospital Mario Gatti para a unidade que tem previsão de começar a receber pacientes durante a tarde de hoje. Nessa semana a Prefeitura tomou posse da unidade, que estava em processo de reestruturação e por isso estava sem atendimento, após alegar calamidade. 

COLAPSO NO SISTEMA MUNICIPAL

Ontem (3) o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, indicou colapso na rede pública, com lotação de leitos tanto para covid-19 como para outras doenças. Zambon citou falta de leitos e lista de espera de pacientes. 

"Existe paciente em fila de espera nos prontos-socorros e nos hospitais, e principalmente nos grandes. Aumentou em mais de 20% as internações. A nítida sensação é que estamos enxugando gelo. Todos os indicadores indicam o caos, tanto para covid-19 como para não covid. Se houver necessidade, tanto para covid ou para não covid, teremos dificuldades", disse ele. 

SISTEMA PRESSIONADO

Campinas tem enfrentado neste ano um esgotamento do sistema de saúde que não foi registrado, nem mesmo durante o período mais crítico da pandemia no ano passado. Vale destacar que o número de leitos em 2020 era maior, mas com a melhora dos números da doença nos últimos meses do ano passado houve a desabilitação de leitos para a doença. Nesse ano a primeira vez que a cidade ficou sem leitos foi em janeiro

No penúltimo domingo (21) a rede pública também teve ocupação máxima em leitos públicos , incluindo a rede municipal como na estadual. 

Segundo Zanbom, a situação pandêmica é pior neste ano, com aumento progressivo de casos, mortes e internações. 

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Em entrevista à EPTV ontem, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), disse que "o que já poderia ser feito já foi feito", citando as ampliações de leitos promovidas pela Administração, e cobrou ajuda do governo estadual. 

NO ESTADO

Na tarde de ontem, a reitoria da Unicamp publicou uma nota indicando o colapso total também no HC (Hospital de Clínicas). 

Segundo o texto, os demais leitos de UTI não-covid-19 têm apresentado ocupação constante em 100%, enquanto leitos tanto de enfermaria como de UTI para covid-19 estão beirando a lotação total. Hoje, o site do HC indicava apenas dois leitos de UTI livres. 

"Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a ocupação média dos leitos de enfermaria exclusivos para COVID-19 permaneceu em 80%. Entretanto, a partir da primeira semana de fevereiro, os leitos de enfermaria permaneceram integralmente ocupados, atingindo-se a marca dos 100% dos leitos. Ao mesmo tempo, os leitos destinados à UTI COVID-19 têm mantido ocupação média de 85%, atingindo a marca de 95% na última semana", informou o HC na nota. 

Segundo a Unicamp, 45% dos leitos são ocupados por moradores de Campinas, enquanto 47% são de outros municípios. 

PROMESSA DE AJUDA

Ontem (3) o governo do estado garantiu até fim de março abertura de mais 14 leitos de UTI para pacientes com covid-19 em Campinas. A promessa foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que sinalizou ainda que outras 20 estruturas estão em estudo. 


Sobre a retomada do AME (Ambulatório de Especialidades Médicas) para atendimento exclusivo de pacientes da região com a covid-19, Vinholi disse que a ampliação "encontra-se em debate interno". 

Segundo o secretário, o governo do estado investiu neste ano no custeio de 50 leitos na Rede Mário Gatti, além da ampliação de 15 leitos especificamente no Hospital Ouro Verde, e foi procurado para apoio nos leitos do Hospital Metropolitano, mas que ainda não tem definições sobre o andamento.

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