Hospital de campanha: alto custo é apontado como principal dificuldade de reabertura
Reprodução: ACidade ON
Hospital de campanha: alto custo é apontado como principal dificuldade de reabertura

Com a alta dos casos de Covid-19 em Campinas e a lotação de leitos, principalmente os municipais, que entraram em colapso nesta semana, muita gente tem se perguntado o motivo pelo qual a Prefeitura não reativou o hospital de campanha . A unidade funcionou na cidade durante o pico da pandemia, em maio passado, e foi desativada meses depois, em agosto.

Instalado dentro de um ginásio na sede do Patrulheiros Campinas no Parque Itália, a unidade era voltada para casos menos graves da doença e operou por cerca de três meses onde atendeu 614 pacientes e registrou 28 óbitos. A estrutura continua montada no local, segundo a Prefeitura.

Nas últimas semanas, tanto o secretário de Saúde, Lair Zambon, quanto o prefeito Dário Saadi (Republicanos), já deram declarações apontando que a reabertura da unidade estaria em segundo plano. Um dos motivos seria o alto custo para bancar novamente a estrutura.

O hospital de campanha funciona com leitos de enfermaria, pois não tem estrutura para acomodar leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), que precisam de respirador acoplado para os pacientes com quadro agravado pela doença, por exemplo. Na ativação do hospital, feita no governo Jonas Donizette (PSB), foram gastos R$ 5 milhões.

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Ao contrário da decisão de Campinas, em São Paulo, o governador afirmou na última sexta-feira (5) que irá abrir uma nova unidade para atender pacientes do Estado ( leia mais abaixo ).

MAIS CARO

"Tem um outro problema em relação ao hospital de campanha. Todos os dados nacionais falam que ele fica 70% mais caro do que as estruturas de alvenaria. Baseado nisso, acho que precisa cair esse mito de a gente reativar o hospital de campanha. Principalmente porque acho que não é a melhor acomodação numa estrutura e numa cidade igual Campinas", explicou Zambon.

O prefeito Dário Saadi (Republicanos) também lembrou que a cidade possui estruturas mais barata e prontas para abrir novos leitos. Um exemplo é a instalação de novos leitos no Hospital Metropolitano que nessa semana a Prefeitura tomou posse. Nos próximos dias, dez leitos de UTI e 20 de enfermaria covid serão abertos no local, que desde terça-feira está sob gestão da Rede Mário Gatti.

Bisogni disse também que é mais seguro utilizar um hospital já estruturado devido ao acesso ao oxigênio líquido. "Assim, evitamos o uso de oxigênio de cilindro porque já sabemos que há escassez no mercado", disse ele.

SÃO PAULO VAI REATIVAR

Na sexta-feira (5), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que a capital paulista vai ganhar um hospital de campanha para enfrentar a segunda onda da covid-19.

Os detalhes, segundo Doria, serão divulgados apenas na segunda-feira (8), mas os recursos para a implantação da unidade de campanha serão liberados pela gestão estadual.

"Na próxima segunda-feira nós vamos anunciar um novo hospital de campanha. Hoje pela manhã eu pedi que fosse liberado recurso para implantação, o mais rápido possível, de um hospital de campanha aqui na capital", disse.


COMO FOI

O Hospital de campanha foi gerido pela Prefeitura de Campinas por meio de uma empresa contratada. A unidade foi erguida gratuitamente pela ONG EDS (Expedicionários da Saúde) no ginásio dos Patrulheiros.

O hospital começou a funcionar no fim da segunda quinzena de maio, atendendo pacientes com menos complexidade até o meio de agosto de 2020. De acordo com a Saúde, passaram pelo local 614 pacientes, sendo registrados 28 óbitos.

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