Faleceu na noite de ontem (7) em Sumaré um paciente que aguardava uma vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) após complicações da Covid-19. Internado desde o dia 27 de fevereiro, o caso dele foi mostrado em reportagem na semana passada.
Antônio Carlos Colin, de 52 anos, estava internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Macarenko. A família chegou a acionar o Ministério Público pedindo transferência, mas não houve tempo e ele faleceu às 22h20 de ontem.
Outras cinco pessoas da família de Antônio também se contaminaram com a doença, mas a vítima foi a que teve o caso mais grave, mostrando piora ao longo dos dias.
Em depoimento, a filha de Antônio, Jéssica Andrade Colin diz que o caso do pai mostra a crítica situação da rede de saúde.
"Está entrando em colapso, as pessoas não vão conseguir nem atendimento daqui a pouco. É um pesadelo e as pessoas precisam entender que isso é sério", disse aos prantos.
O CASO
A família de Antônio recorreu ao MP mas não teve resposta a tempo. Na última semana, a família relatou o agravamento, com necessidade urgente de uma transferência.
"O pulmão fechou e eles entraram com bastante medicação para tentar reverter, mas não conseguiram. Ele está sedado, entubado e a médica falou que é decisivo, no caso dele, um leito de UTI, e na UPA não tem", lamentou em entrevista.
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"Me disseram que depois que o juiz notificar a saúde estadual sobre meu pai, o estado tem até 48 horas para disponibilizar a vaga. Enquanto isso a gente está tentando nos hospitais particulares e está tudo cheio", disse Jéssica na quinta-feira.
NÃO É O ÚNICO
O caso de Antônio não é o único na região. Com a pressão nos leitos públicos, cada dia mais pacientes são incluídos em fila de espera por vaga.
Na semana passada, após admitir colapso e pressão total na rede de saúde, o secretário de Saúde de Campinas chegou a confirmar que já havia lista de espera para transferência para uma vaga de UTI.
O ESTADO
A Secretaria Estadual de Saúde foi procurada para comentar a morte e informar sobre o estado da Cross (Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde), mas até o momento não houve retorno.