Campinas vive alta da contaminação pelo coronavírus.
Fernanda Sunega/PMC
Campinas vive alta da contaminação pelo coronavírus.

As cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) decidem nesta sexta-feira (19) se adotarão ou não o lockdown nos 20 municípios como forma de frear a disseminação da covid-19. A proposta surgiu de Campinas, que registrou ontem o recorde de mortes de coronavírus desde março de 2020, com 30 óbitos em 24 horas. 

A reunião está marcada para 9h e os prefeitos deverão debater se o confinamento total é a opção para diminuir o número de casos e, também, de internações. Na terça-feira (16), o prefeito Campinas, Dário Saadi (Republicanos), propôs a medida para a região

No dia, a maioria dos prefeitos aceitou discutir a possibilidade. No entanto, eles preferiram avaliar durante a semana os efeitos da atual fase emergencial do Plano São Paulo. Essa fase - até então inédita - foi iniciada na segunda-feira (15) e restringe a circulação de pessoas, principalmente no período noturno. 

A ideia era observar os dados epidemiológicos e os índices de isolamento até hoje. Desde então, a situação em Campinas piorou drasticamente, não só com o recorde de mortes, mas também aumento na fila de espera por leitos exclusivos de covid , além de ocupação total da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) na rede municipal e estadual. 

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DIFICULDADES

Dário, durante sua participação na 19ª edição do Fórum da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), na noite de ontem, afirmou que a discussão será feita, mas que há muitas variáveis na implantação de um possível lockdown. 

"Vamos discutir medidas mais restritivas, como um possível lockdown, porém a dificuldade de operacionalização é muito grande. Só de profissionais da saúde são cerca 60 mil. Uns 25 mil atuam na assistência. Uma parte tem carro e outra não. Como vai chegar para trabalhar? Essas pessoas precisam ir trabalhar e uma parte vai de ônibus", disse Dário. 

TOQUE DE RECOLHER

Por conta desse cenário, Campinas começou ontem à noite a adotar um toque de recolher severo , com abordagem policial e da Guarda Municipal e multas para festas e até reuniões familiares com mais de 10 pessoas. Ainda por conta desse endurecimento, os comércios essenciais, que até então podiam funcionar livremente, terão que fechar as portas a partir das 20h. 


Sobre a abordagem policial, quem estiver fora de casa das 20h às 5h será questionado e deverá demonstrar o motivo pelo qual está circulando. A ideia é fazer uma ação preventiva em um primeiro momento, para orientar as pessoas na rua e evitar a circulação. Caso isso não funcione, a Administração pretende partir para medidas mais punitivas.

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