Após um pedido formal da Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas) solicitando prioridade à imunização de trabalhadores do transporte coletivo na cidade, a Prefeitura informou, na tarde desta terça-feira (6), que não tem como incluir a categoria na vacinação contra a Covid-19 neste momento.
Segundo o Município, o cronograma de vacinação segue o PNI (Programa Nacional de Imunização), do governo federal. Até agora, o setor ainda não foi contemplado para a imunização e, por isso, não há vacinas disponíveis para os motoristas.
O PNI priorizou profissionais de saúde, idosos acima de 60 anos, profissionais da segurança pública e, a partir do dia 12 de abril, profissionais da educação.
PREOCUPAÇÃO
"Em Campinas, embora não tenhamos nenhum caso de morte entre os motoristas, e por sermos um serviço essencial, mesmo com o processo de higienização que fazemos, diante do cenário atual, queremos que os motoristas e demais trabalhadores do transporte coletivo tenham prioridade", disse a associação em nota.
Sobre o caso, o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, afirmou que a cidade segue a política de vacinação do governo federal. "Só seguimos essa linha. Existe uma demanda enorme de todos os tipos de perfil da sociedade. Mas nós não temos vacina para isso. Não é a Prefeitura ou o estado que determina. É o governo federal", disse.
Ainda segundo ele, existe um estudo sendo feito para vacinar pessoas com obesidade mórbida e mulheres no terceiro trimestre da gravidez. "Mas não teríamos vacina para fazer. Precisaríamos de uma determinação do governo federal, para que fosse prioridade. Mas é um exemplo de categoria que gostaríamos de vacinar", disse.
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PADRÃO EPIDEMIOLÓGICO
A diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) Andrea von Zuben, disse que a Prefeitura deve seguir um padrão epidemiológico pelo risco de internação e morte por covid. "Temos um número limitado de vacina e temos que priorizar quem está internando e morrendo. Essa é a forma que se determina o grupo prioritário", explicou.
O prefeito Dário Saadi (Republicanos) afirmou também que Campinas já encaminhou a demanda dos motoristas de ônibus ao Ministério da Saúde. "Encaminhamos outras demandas, mas não fica a critério da secretaria de Saúde ou do prefeito. É instância do Ministério da Saúde", disse.
OUTRO LADO
O Ministério da Saúde foi procurado para comentar o caso e disse que "a seleção dos grupos prioritários para a imunização contra a covid-19 foi baseada em princípios da Organização Mundial da Saúde (OMS), discussões com especialistas no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis e em acordo com entidades como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)".
Além disso, o órgão disse que "os trabalhadores do transporte público sempre fizeram parte dos grupos prioritários para a imunização contra a covid-19 e serão vacinados, conforme a ordem do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação".
A pasta disse por último que "para efetivar a distribuição de vacinas, depende do quantitativo entregue pelos laboratórios fabricantes. Portanto, conforme o avanço na campanha de vacinação, novos grupos são contemplados. Estados e municípios tem autonomia para seguir com a imunização, de acordo com demandas locais".