Cerca de 74% das amostras de pacientes com Covid-19 do DRS-7 (Departamento Regional de Saúde) de Campinas , e que foram analisadas em um estudo do Instituto Adolfo Lutz, correspondem à variante brasileira (P.1) . O levantamento foi feito em 1.439 sequências genéticas de infectados em 17 regiões paulistas.
O relatório aponta que a DRS-7 é a segunda região paulista com maior prevalência da P.1, atrás somente da regional de Ribeirão Preto. Em todo o estado, a variante corresponde a 90% dos casos de infectados pela covid-19.
A mutação foi descoberta em Manaus e, segundo pesquisadores, torna o coronavírus mais contagioso e também mais resistente a anticorpos. Lá, o surgimento da P.1 foi acompanhado por um aumento expressivo de casos e um colapso no sistema de saúde, com falta de oxigênio em janeiro desse ano.
Em Campinas, o primeiro caso da variante foi identificado em fevereiro deste ano , em uma mulher de 78 anos, que chegou à cidade em 14 de janeiro, em um voo direto de Manaus.
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SEGUNDA ONDA
Para cientistas, as características da variante, somada a maior propagação, correspondem a segunda onda da covid-19, e o pior momento vivido desde o início da pandemia. A predominância da P.1 preocupa, pois, além de ser mais contagiosa, pesquisadores estudam se ela está relacionada a casos mais graves da doença.
O diretor da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, diz que percebe uma mudança no perfil da pandemia. "A associação da P.1, com o comportamento da sociedade que está se movimentando e aglomerando mais, é o que tem causado na verdade uma maior intensidade nesta segunda onda", diz.
O aumento das confirmações da doença também veio com um crescimento de mortes em faixas etárias mais jovens.