Campinas
teve, até agora, 2,3 mil alunos a menos matriculados na Educação Infantil
em comparação com 2019, ano que antecedeu a pandemia.
Naquele ano, a cidade teve 35.425 alunos de zero a cinco anos matriculados, número que passou para 36.006 em 2020 e caiu para 33.090 neste ano.
Apesar das matrículas poderem ser feitas durante os 12 meses do ano, o secretário de Educação, José Tadeu Jorge, acredita que a queda está diretamente ligada à suspensão das aulas presenciais.
Contabilizando as matrículas já existentes anteriormente, a cidade conta atualmente com 42 mil alunos que frequentam os 161 Centros de Educação Infantil e 44 entidades conveniadas a Secretaria de Educação.
O balanço, a pedido do ACidade ON , mostra ainda que a demanda não atendida (fila para vaga em creches) também diminuiu nestes anos , passando de 6,5 mil alunos na fila de espera em 2019, para 5,1 no ano passado e 1,9 mil neste ano. O número, no entanto, ainda não deve refletir a realidade.
"Eu acredito que tenha relação direta com a pandemia. A maior parte dessa diferença de 35 pra 33 mil matrículas se verifica na inscrição inicial nas creches, e as creches não estavam funcionando no ano passado e não tem matricula obrigatória, sendo que a obrigatoriedade é somente a partir dos 4 anos", explicou o secretário de Educação, José Tadeu Jorge.
"Muito provavelmente várias famílias deixaram de buscar escola e solicitar uma vaga já que as escolas não estavam funcionando presencialmente. O mesmo acontece com a demanda não atendida, que estamos com número subestimado e deve voltar a crescer a partir de agora. Só depois de um tempo teremos noção do déficit real", completou.
A RETOMADA
Nesta segunda-feira (10) faz uma semana que Campinas deu início ao retorno gradual das aulas da Educação Infantil , e também aumentou hoje o total as classes permitidas.
Na última segunda-feira (3) , as escolas receberam alunos com idade entre 3 anos e 4 meses a 5 anos e 11 meses, do agrupamento III. Segundo a Educação, cerca de 20% dos alunos frequentaram as aulas na semana passada. O autorizado é de até 35% do total de matriculados nessa modalidade, que são 8.524 alunos.
Nesta segunda retornam as crianças com idades entre 1 ano e 8 meses a 3 anos e 3 meses, do chamado agrupamento II. Em respeito às normas sanitárias, a expectativa é de que 3.936 alunos voltem às salas de aula.
Na semana que vem, no dia 17 de maio, será a vez do agrupamento I, que engloba crianças até 1 ano e 7 meses. Neste caso, o limite será de 1.561 alunos.
CUSTO ALTO
A retomada presencial, segundo a Secretaria de Educação, exigiu recursos em torno de R$ 25 milhões para ajustes em escolas, compra de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e melhora na proteção.
Apesar de alto, o secretário acredita que o orçamento deste ano seja capaz de suprir a demanda.
"Pelos nossos acompanhamentos, a quantia será suficiente, e terá que ser. A Educação tem garantido 25% do orçamento do município e esse montante é significativo e tem que dar conta para a gente fazer essa retomada que é um esforço grande e é importantíssimo para interromper o prejuízo da interrupção presencial", defendeu.
A Educação foi a segunda área com mais recursos destinados pela LOA (Lei Orçamentária Anual) do ano passado, e receberá R$ 1,284 bilhão neste ano, sendo R$ 1,226 bilhão para a Secretaria de Educação e R$ 58,2 milhões para a Fumec (Fundação Municipal para Educação Comunitária).
INSEGURANÇA
No Ensino Fundamental, primeiro a retornar as aulas no dia 26 de abril, a média de presença se cravou em 20%, percentual que a Educação também estipula que seja para as creches. O número, segundo a Pasta, é semelhante com o da rede estadual e mostra ainda a insegurança com a retomada.
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"Esses 20% são reflexo da situação da insegurança que vivemos. O que nos imaginamos é que essa insegurança traz certo incômodo por parte das famílias de encaminharem os filhos para as atividades presenciais", indicou o secretário.
"Na primeira semana permitimos até mesmo a entrada dos pais para verificar, conhecer o ambiente. Imaginamos que com o passar do tempo, uma confiança vai ser adquirida e esperamos que com os números da pandemia melhores as pessoas possam se sentir mais confortáveis", disse.
OS PREJUIZOS
Questionado sobre quanto tempo a secretaria de Educação estima que seja necessário para minimizar os impactos da suspensão das aulas e recuperar o aprendizado perdido, o secretário afirmou que a retomada atual tem o objetivo de central de fazer esse diagnóstico para traçar metas posteriormente.
"O nosso plano de retorno tem como pilar central o diagnostico pedagógico. É certo que a ausência das aulas trouxe prejuízo a todas as crianças, mas elas não foram afetadas da mesma forma, algumas tiveram condições melhores do ensino remoto, outras com muita dificuldades de acesso. Isso tem que ser avaliado, e tem que ser presencialmente", explicou.
"O plano de retorno prevê que nessas primeiras semanas, o diagnostico dos prejuízos seja verificado e em seguida discutiremos se refazemos o projeto pedagógico e mudamos as metodologias de ensino para minimizar esse impacto. Mas não há como saber antes de fazer essa avaliação" finalizou.
Sobre os planos para a gestão, o secretário afirmou ainda que a Pasta planeja a construção de mais dez creches para zerar as vagas da Educação Infantil, aumentar a qualidade da Educação e dobrar o número de escolas em tempo integral.
Campinas teve, até agora, 2,3 mil alunos a menos matriculados na Educação Infantil em comparação com 2019, ano que antecedeu a pandemia. Naquele ano, a cidade teve 35.425 alunos de zero a cinco anos matriculados, número que passou para 36.006 em 2020 e caiu para 33.090 neste ano.