Funcionários do Hospital Mário Gatti, em Campinas, denunciaram uma superlotação na ala vermelha da unidade durante o final de semana. Neste domingo (9), o número de pacientes aguardando transferência no local ultrapassou o dobro da capacidade.
A sala vermelha é o local onde pacientes não contaminados pela Covid-19 são recebidos, entre eles vítimas de acidentes, infartos, entre outros. Segundo informou um dos enfermeiros da unidade ao canal EPTV Campinas , havia 24 pacientes esperando por transferência na ala ontem, sendo que a capacidade é de 10 pessoas.
Até conseguirem a transferência para os leitos de enfermaria e UTI (Unidade de Terapia Intensiva), os enfermos tiveram que esperar em macas. "Não tem espaço nem para andar direito ou andar com a maca. Não tem como a gente trabalhar nessa situação e dar assistência de qualidade aos pacientes", relatou um dos funcionários.
Ainda de acordo com o funcionário, o problema persiste há dias e, até esse final de semana, nenhuma providência havia sido tomada. "A gente está trabalhando sufocado, sob pressão, e já faz dias já. Não é pouco tempo não. E quem acaba sofrendo são os pacientes, que ficam acumulados como um depósito de gente", acrescentou.
Os funcionários relatam ainda que, mesmo sabendo da superlotação, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) continua encaminhando os pacientes pelo "vaga zero". Isso porque não há outra porta disponível para o encaminhamento. O excesso de utilização de vaga zero indica uma demanda superior à capacidade .
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OUTRO LADO
Procurada para comentar sobre a superlotação, a rede Mário Gatti disse que já começou uma desmobilização de leitos de UTI destinados aos pacientes com covid, para receber pacientes com outras doenças e acidentados.
A previsão, segundo a rede, é que na próxima semana 10 leitos entrem em operação no Hospital Ouro Verde e, em duas semanas, outros 14 no Hospital Mário Gatti. A rede reforça que, mesmo com a sala vermelha cheia, os pacientes são assistidos e aguardam a liberação de leitos pra serem internados.
Segundo o diretor do hospital, Dr. Carlos Arca, o aumento da demanda se deve à flexibilização das medidas contra o coronavírus.
"Com o retorno das atividades comerciais e culturais, o movimento voltou a aumentar dos pacientes não covid. Ou seja, os acidentes automobilísticos, de motocicletas, e outros fatos. Então as salas de urgência da ala não covid, que até o ano passado e começo desse ano, estava tranquilo", indicou.