Em 10 anos, inscrições da EsPCEx, em Campinas, aumentam 114%
Reprodução: ACidade ON
Em 10 anos, inscrições da EsPCEx, em Campinas, aumentam 114%

Nos últimos dez anos, os números de inscritos para a EsPCEx (Escola de Preparação dos Cadetes do Exército), em Campinas, mais que dobraram, segundo dados divulgados pela instituição. 

Em 2010, a escola teve 18,9 mil inscritos para as 520 vagas oferecidas, já no último ano, foram 40,5 mil candidatos para as 440 vagas, com aumento na procura de 114,1%  A EsPCEx abre hoje o período de inscrição para o concurso deste ano , que oferece 400 vagas para homens e 40 vagas para mulheres. 

De acordo com o levantamento obtido pelo ACidade ON , a procura pelo concurso de admissão do Exército saltou ainda mais nos últimos cinco anos, coincidindo também com o período de crise e alta no do desemprego no Brasil. 

Em 2016, foram 29,7 mil inscritos para a prova (sendo 22 mil homens e 7,7 mil mulheres), já no ano seguinte, em 2017, o número saltou para 42,8 mil candidatos (31,9 mil homens e 10,8 mil mulheres). Mulheres são admitidas na escola desde 2016, mas não são as únicas responsáveis pelo aumento. No ano anterior, em 2015, a total de inscritos (todos homens) era de 17, 6 mil.  

O curso na EsPCEx tem duração de cinco anos, sendo o primeiro ano em Campinas, e os outros quatro anos na Academia Militar das Agulhas Negras em Rezende, no RJ. O aluno recebe ajuda de custo de aproximadamente R$ 1 mil, até se tornar um oficial, com salário inicial na casa dos R$ 6 mil. 

Neste ano, o prazo de inscrição vai até o 14 de junho e prova é prevista para acontecer no final de setembro. As inscrições podem ser feitas no site da instituição.  (clique aqui) .

CRISE E PRESTÍGIO

A alta procura pela carreira militar segue a tendência de busca pela estabilidade em meio ao período de crise que o país passa.    

Só no ano passado, em que a escola teve procura de 40,5 mil candidatos, a taxa de desemprego terminou em 13,5%, correspondendo a cerca de 13,4 milhões de pessoas na fila por um trabalho no país.  

Nos últimos anos, é observado ainda um aumento no prestígio pela carreira militar, incentivado pelo atual presidente da República, ex-militar e que também passou pela Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, ingressando em 1973. 

Para o Tenente Coronel Rafael Lopes Gonçalves Dias, Adjunto da Seção de Concurso da EsPCEx, além da estabilidade o aumento pode ser visto também pela maior divulgação do concurso de admissão. 

"Nós acreditamos que principalmente nesses últimos cinco, seis anos, esse aumento está relacionado ao 'boom das redes sociais' e da internet mais acessível, que aumentou mais a divulgação e o marketing do concurso, além da alta procura pela estabilidade da profissão, que vemos que devido a vários fatores do país tem aumentado esse número", analisou. 

Para o tenente, o aumento da procura é visto com bons olhos pela corporação, que vê nele o aumento da notoriedade da carreira militar. "Nós enxergamos como algo positivo essa procura mais alta pela nossa profissão, é visto com bons olhos e entendemos como positivo para a escola", disse. 

NÃO TÃO FÁCIL ASSIM

No ultimo concurso, segundo a EsPCEx, a concorrência foi de 77 candidatos por vaga para homem, e 243 candidatas por vaga para mulheres. 

Isabela dos Anjos dos Santos, de 21 anos, é uma das cadetes que conseguiu uma vaga mesmo com a alta concorrência. A aluna ingressou neste ano e está há quatro meses na escola preparatória.  

Para passar na EsPCEx, Isabela conta que estudou por três anos, fez curso preparatório, encarou uma prova mais difícil que vestibular e ainda enfrenta uma rotina não tão fácil  

"Se adaptar a uma rotina puxada de acordar muito cedo, ter várias atividades no dia, estudo da divisão de ensino e instrução militar, atividade física intensa não é tão fácil. Eu, como mulher da quinta turma de mulheres, digo com convicção que todos os dias são de superação do nosso próprio limite", disse.  


Natural de São José dos Campos, ela conta que a estabilidade financeira foi um favor positivo na escolha, mas o apoio da família e os desafios da profissão também foram decisivos.  

"Meu pai também é militar e convivi com muitos militares durante toda minha vida, enxergando como honrosa a profissão. Eu também sei que na carreira militar terei oportunidades e experiências que um civil não poderia ter, então isso me incentivou", comentou, citando que vai querer seguir carreira no serviço de intendência. 

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