A Primeira Vara Federal de Campinas informou nesta quarta-feira (26) que concedeu a prorrogação de 15 dias no prazo do inquérito da PF (Polícia Federal) da Operação Black Flag. De acordo com a polícia, o novo prazo é necessário para a conclusão da análise da extensa quantidade de documentos e dispositivos apreendidos. Sobre o caso, a Justiça informou que o prazo foi concedido pois quatro investigados continuam presos.
A operação foi deflagrada no dia 11 de maio contra crimes financeiros e lavagem de R$ 2,5 bilhões. Hoje, a PF informou que também foi apresentado à Justiça a lista de bens e equipamentos apreendidos para os quais se pede alienação antecipada por meio de leilão. A operação expôs neste mês uma vida de ostentação dos integrantes da quadrilha que atuava na região de Campinas.
Essa investigação indicou fraudes em empréstimos de bancos públicos que bancaram carros importados, iates, vinhos caros, joias, e um padrão cinematográfico de luxo de empresários integrantes de uma organização criminosa.
O grupo econômico teria utilizado empresas de fachada e pessoas físicas falsas para movimentar recursos financeiros (leia mais abaixo). A organização foi identificada pela Receita Federal durante o trabalho de fiscalização. Um relatório divulgado pelo MP (Ministério Público) cita nomes dos investigados e as empresas envolvidas na ação. O documento tem mais de 1,1 mil páginas.
HÁ 11 ANOS
O esquema foi desmontado pela receita e Polícia Federal 11 anos depois do primeiro golpe da organização criminosa.
Tudo começou em 2010, com um empréstimo no Desenvolve São Paulo, agência de fomento do estado. O valor, de R$ 69 milhões de reais, até hoje não foi quitado. No ano seguinte, outro empréstimo de R$ 2,5 milhões na Caixa Econômica foi feito. Nas transações, a garantia eram duplicatas frias, em nome de empresas que não existiam.
Ainda segundo a PF, a partir desses golpes, o grupo passou a falsificar documentos de pessoas e empresas e fez das fraudes um grande negócio.
TESTAS DE FERROS
Outra estratégia do grupo foi incluir ex-funcionários como "testas de ferro" das empresas abertas e até a família de Rodolfo na participação acionária dos negócios. O pai, Oswaldo Toni e a mãe Maria Luiza Portillo Toni foram presos, acusados de participação no esquema.
Pelo menos 68 pessoas foram identificadas no esquema de fraudes. Em meio a confusão de empresas fantasmas e documentos falsificados, pessoas humildes movimentavam grandes quantias em dinheiro.