Barreiras sanitárias têm início hoje na região de Campinas
Reprodução: ACidade ON
Barreiras sanitárias têm início hoje na região de Campinas

Os municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas) retomaram nesta quarta-feira (2) as barreiras sanitárias nas principais entradas das cidades para fiscalizar a circulação de veículos entre os municípios durante o feriado prolongado de Corpus Christi que começa amanhã. A intenção é frear a circulação de pessoas e eventuais aglomerações e festas clandestinas nos 20 municípios da RMC.

A medida ocorre por conta da preocupação do aumento no número de casos de covid-19, internações e mortes por conta da pandemia. A decisão dos prefeitos que integram o Conselho de Desenvolvimento foi divulgada na manhã de ontem.

As barreiras tiveram início já manhã desta quarta-feira (2) em Valinhos e Jaguariúna véspera do feriado - e seguirão sendo realizadas até domingo (6) na região. Segundo o Conselho, os horários ficarão a critério das prefeituras, mas vão seguir o mesmo modelo adotado na ação de março e abril. Isso significa que elas começam hoje no fim da tarde e nos dias seguintes, ao longo do dia.

Em Campinas a Prefeitura não divulgou detalhes das posições das barreiras para não atrapalhar ou interferir nas ações.

REFORÇO DAS POLÍCIAS

A Polícia Militar já adiantou que vai intensificar o patrulhamento preventivo em endereços já conhecidos por festas clandestinas em toda a RMC e a Polícia Civil também informou que irá reforçar os plantões das delegacias para dar assistências em caso de detenções relacionadas a organizadores de festas clandestinas (leia mais abaixo).

As Administrações informaram que também vão intensificar o trabalho de conscientização junto à população. Caso os números não retrocedam, os prefeitos poderão se reunir novamente já no início da próxima semana para discutir a adoção de medidas mais restritivas.

REUNIÃO

Para definir detalhes das barreiras sanitárias e do trabalho de fiscalização contra festas clandestinas, a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), por meio da Câmara Temática de Segurança, realizou na manhã de hoje uma reunião virtual com secretários e diretores ligados à área da segurança de cada um dos 20 municípios. Representantes da Polícia Militar e da Polícia Civil também participaram do encontro.

O delegado José Henrique Ventura, diretor do Deinter-2 (Departamento de Polícia Judiciária), ressaltando o crime praticado pelos organizadores de festas clandestinas.

"Quem organiza essas aglomerações e é flagrado, responde criminalmente dentro do artigo 268 do Código Penal, que prevê detenção de 1 mês a 1 ano e multa. Por isso, dentro do que cabe à Polícia Civil, vamos reforçar os plantões que os organizadores destas festas eventualmente flagrados sejam enquadrados no artigo 268, por infringir determinação do poder público destinada a impedir a propagação de doença contagiosa", explicou Ventura.

Chefe da Divisão Operacional do CPI-2 (Comando de Policiamento do Interior), a major Rita de Cássia Pereira, afirmou que a Polícia Militar também vai atuar intensificando o patrulhamento preventivo em endereços já conhecidos por festas clandestinas em toda a RMC. "Vamos expedir um comunicado a todos os nossos batalhões, para que todo apoio necessário seja dado às prefeituras e atuaremos preventivamente contra a realização destas festas", garantiu ela.

MARÇO E ABRIL

A ideia é que o trabalho seja semelhante ao realizado entre os dias 26 de março e 4 de abril em toda a RMC - período que coincidiu com o "megaferiado" anunciado, na ocasião, pela Prefeitura de São Paulo quando as vigilâncias sanitárias e guardas municipais de cada cidade, com apoio da Polícia Militar, promoveram as barreiras.

O objetivo na época foi verificar veículos com placas de fora da região, além de aferir a temperatura das pessoas. O trabalho foi chamado de "cinturão regional".

"Existe uma preocupação grande por conta do recente aumento no número de casos, internações e mortes nas cidades da Região Metropolitana de Campinas. E está bem claro para os prefeitos que o problema não são os restaurantes, o comércio de uma forma geral. O grande problema são as festas clandestinas, em sua maioria, realizadas em chácaras, e até mesmo as reuniões familiares com grande número de pessoas", explicou o diretor-executivo da Agemcamp, Benjamim Bill Vieira de Souza.


MEDIDAS MAIS RESTRITIVAS

O prefeito de Jaguariúna e presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Gustavo Reis, alertou para a possibilidade de adoção de medidas mais restritivas já na próxima semana, caso os números regionais não retrocedam.

"Algumas cidades, como Hortolândia e Valinhos, por exemplo, estão registrando um aumento muito grande nos casos e nas internações. Em Hortolândia, o número diário de consultas na unidade respiratória passou de 50 para 170, com todos os leitos covid ocupados. O cenário em vários outros municípios é o mesmo. Então, caso não haja uma melhora rápida, teremos que discutir medidas mais duras, assim como fizeram outras regiões do Estado", disse o presidente do colegiado.

Em Campinas, o prefeito Dário Saadi (Republicanos) também afirmou ontem que pode adotar medidas mais restritivas durante a fase de transição atual, válida até o dia 13 de junho, caso os indicadores de covid piorem no município. Desde terça-feira, o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp está com os atendimentos no PS (Pronto-Socorro) por 48 horas. As cirurgias eletivas estão suspensas até o dia 7 de junho.

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