Imagens aéreas mostram área de proteção ambiental queimada em Joaquim Egídio.
Divulgação/PM Ambiental
Imagens aéreas mostram área de proteção ambiental queimada em Joaquim Egídio.

Um estudo da USP (Universidade de São Paulo) apontou que as partículas existentes na fumaça de queimadas podem prejudicar pacientes com problemas respiratórios ou aqueles que estão se recuperando da Covid-19.

O professor de patologia da USP, Luiz Fernando Ferraz da Silva, explicou que as partículas ajudam a prejudicar quem tem doenças. "Quando esse material entra no pulmão, ele interage com o organismo e pode disparar algumas respostas inflamatórias locais. No contexto da covid-19, isso potencializa o quadro", afirmou.

O estudo sugere que a poluição do ar prejudica a resposta das células do sistema imunológico, que trabalham na recuperação do organismo. "O vento e as correntes de ar levam esse material por vários quilômetros. Tem muita coisa que a gente não vê, que está no ar e que a gente respira, e que entra diretamente no organismo nos nossos pulmões".

DIFÍCIL

A costureira Maria Odete Gois da Silva foi infectada pela covid-19 ano passado e precisou ficar 48 dias no hospital entubada. Ela conta que ainda sente as consequências da infecção nos pulmões. Para ela, respirar onde tem fumaça é um problema.

"Sinto muita fadiga. Quando tem queimada fica muito difícil. Prejudica muitas pessoas, principalmente as que estão com essa doença. A gente pede por favor para as pessoas não promoverem queimadas".

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Luiz Fernando destaca que o uso de máscara pode ajudar a filtrar as partículas expelidas da fumaça. "Algumas dessas partículas são pequenas, mas não necessariamente menores que o vírus da covid. Então, muitas vezes o uso de máscara pode ajudar".

QUEIMADAS EM CAMPINAS

Em Campinas, de janeiro a maio do ano passado foram registrados 42 focos de incêndio. Já no mesmo período deste ano, a cidade contabilizou 137 focos, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).


A dona de casa Luiza Elizabeth Messias mora há nove anos na região do Jardim Lisa. Ela conta que nessa época do ano as queimadas são frequentes no bairro.  

"Quando não é no final de tarde, a gente amanhece com aquele cheiro de fumaça. Esses dias atrás estava tudo preto. Quando é no final da tarde é pior para a gente conseguir dormir. A gente coloca toalhas na janela, balde de água para poder respirar melhor".

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