A Prefeitura de Campinas anunciou nesta sexta-feira (18) o endurecimento das medidas de restrição contra a covid-19 na cidade. A partir de segunda-feira (19) , o comércio, restaurantes, mercados e serviços devem voltar a fechar às 19h. O decreto regulamentando a mudança será publicado no Diário Oficial de amanhã (19) e vale até o dia 30 de junho.
Até então, Campinas seguiu as regras da fase de transição determinadas pelo Plano São Paulo na última semana, que permite atividades com capacidade de até 40% e horário de funcionamento entre 6h e 21h.
"Em razão dessa piora nos números, o comitê do combate à pandemia de Campinas manteve a capacidade de ocupação de 40% e amanhã será publicado um decreto, em edição extraordinária, e valerá a partir de segunda-feira (21) até o dia 30 de junho de fechamento às 19h", disse o secretário de Justiça Peter Panutto.
Além disso, o consumo de bebida alcoólica fica proibido com esse decreto em vias públicas e nas dependências de postos de combustível após às 19h. Os moradores que foram flagrados nesta situação serão multados em 400 Ufics, o que corresponde a R$ 1.480. Caso seja reincidente, o valor dobra.
Os proprietários dos postos que não fiscalizarem o consumo de bebida no local também serão multados, mas com o valor de 800 Ufics, ou seja, cerca de R$ 3 mil.
"Está acendendo uma luz amarela. Precisamos cuidar para dar tempo da vacinação. Lembrando ainda que a população não vacinada, que são os mais jovens, estão mais expostos. E o vírus vai procurar quem está exposto", disse o presidente da Rede Mário Gatti, Sérgio Bisogni.
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ATIVIDADES QUE FECHAM ÀS 19H A PARTIR DE 19 DE JUNHO
- Comércio e serviços
- Shopping centers
- Mercados
- Atividades religiosas
- Restaurantes e similares
- Salões de beleza, barbearias e clínicas de estética
- Atividades culturais, como museus, teatros, cinemas e salas de espetáculo
- Parques públicos das 6h às 18h
- Clubes sociais
- Academias de esportes e centros de ginástica
- Cursos do setor de educação não regulada, como idiomas, informática, autoescola, dança, música e teatro
- Áreas comuns de condomínio
A SAÚDE
O secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon, afirmou que a Prefeitura está tomando as medidas porque, mesmo após 16 meses de pandemia, as pessoas ainda estão sem máscara e fazendo aglomerações. "Estamos passando por uma semana complicada. Não queremos mais prejudicar quem trabalhar corretamente. O problema são as pessoas que não seguem", disse.
Ele também explicou que a covid-19 tem desestruturado a rede de saúde pública. "Em relação a essa demanda (de aumento de casos), no primeiro quadrimestre teve um aumento da mortalidade infantil. Isso não é só Campinas, mas o Brasil inteiro. Isso mostra que a pandemia está desestruturando o sistema de saúde. As pessoas devem levar isso em consideração. Não temos mais para onde correr. Precisamos nos vacinar", disse o secretário de Saúde de Campinas, Lair Zambon.
Ele afirmou ainda que houve situações das pessoas irem para centros cirúrgicos, mas, como não havia leito (para o pós-cirúrgico), foi necessário voltar para o PS (Pronto-Socorro). "Nesse fim de semana, vamos colocar mil pessoas para trabalhar. Elas já trabalharam no fim de semana passado e no outro. Essas pessoas estão esgotadas. Estamos vacinando bem, mas a custo dessas pessoas e desestruturação da saúde. Os bares que passamos no Cambuí, todos conversando sem máscara, a patrulha passa e orienta. Mas as pessoas não levam isso em consideração", afirmou.
RECOMENDAÇÃO
Na última semana, o governo estadual já havia recomendado que municípios com taxa de ocupação de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de covid-19 acima de 90% deviam adotar medidas mais severas para conter a transmissão da doença.
No dia 11 de junho, Campinas não seguiu a recomendação de endurecimento, mas dobrou o valor de multa a estabelecimentos e comércios que descumpram as regras. A multa passou de R$ 3 mil para R$ 6 mil. Na live de hoje, a Administração decidiu adotar as medidas mais severas recomendadas por conta do aumento dos índices da covid no município.