O empresário campineiro Carlos Wizard voltou ao Brasil nesta segunda-feira (28), desembarcando durante a manhã no Aeroporto Internacional de Viracopos. Wizard estava nos Estados Unidos e foi convocado a depor na CPI da Covid como um dos investigados por integrar o "gabinete paralelo", que aconselhava o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a tomar medidas ineficazes de combate à pandemia.
O voo que trouxe Wizard pousou por volta das 9h20 e o empresário não deu entrevistas à imprensa. Segundo a defesa, ele estava desde março nos EUA para acompanhar dois familiares em um tratamento de saúde.
A Justiça Federal determinou a retenção do passaporte do empresário. Após sair do desembarque, Wizard seguiu para a Polícia Federal, onde a medida seria tomada.
A INVESTIGAÇÃO
O depoimento do empresário deve acontecer na quarta-feira (30). Inicialmente, Wizard foi convocado para depor na CPI como testemunha, mas não compareceu. No dia 18 de junho, o relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), transformou o empresário e outras 13 pessoas em investigados. A defesa afirma que ele "não tem nada a esconder".
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Após a ausência, a CPI quebrou os sigilos de Wizard, e o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pediu ainda à Justiça a condução coercitiva e a retenção do passaporte do empresário, medida que foi suspensa após a defesa afirmar que o empresário voltaria ao Brasil.
Wizard entrou no radar da CPI após ser citado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que confirmou em seu depoimento ter sido aconselhado pelo empresário e que chegou a oferecer um cargo a ele na sua pasta. Durante o ano passado, Wizard chegou a dizer que o Brasil seria "forrado" de cloroquina.
No STF, os advogados de Wizard afirmaram que ele nunca ocupou cargo público no Ministério da Saúde e não tomou decisões administrativas. Segundo a defesa, o empresário auxiliou o ex-ministro Eduardo Pazuello, de forma voluntária, por cerca de 20 dias, durante o processo de transição após a saída de Nelson Teich.