Com o avanço da vacinação e a previsão do governo estadual do término da aplicação da primeira dose da vacina contra o coronavírus no dia 15 de setembro, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) planeja um retorno das aulas presenciais ainda de forma híbrida (com aulas presenciais e remotas) a partir de outubro deste ano. Essa volta seria com 60% de ocupação das salas de aula e uso de máscara, além do distanciamento social.
De acordo com o reitor da Unicamp, Antônio José Meirelles, conhecido como Tom Zé, a retomada gradual e ainda mista deve ocorrer somente 14 dias após a aplicação da segunda dose da vacina na população adulta da universidade.
Na semana passada o governo estadual autorizou a retomada das aulas presenciais nas universidades do estado e nas escolas de ensino técnico a partir do dia 2 de agosto. Segundo o governo, as instituições de ensino superior, como as universidades e as faculdades técnicas, poderão receber presencialmente até 60% do total de alunos.
Já os cursos técnicos de nível médio, como as ETECs, seguem as mesmas regras da educação básica, ou seja, não têm limite de ocupação.
Vale destacar que a universidade encerrou suas atividades presenciais no dia 13 de março do ano passado, mesmo dia em que Campinas registrou seu primeiro caso de covid-19, e foi a primeira universidade do país a tomar esse tipo de medida.
De lá para cá, alguns cursos da área de saúde retomaram suas atividades presenciais. Já as demais áreas seguem com aula à distância.
EM 2022
Já para o ano que vem, a previsão é que, se de fato a pandemia estiver controlada, a retomada de atividades presenciais seja de 100% - o que incluiria, por exemplo, a clássica "calourada" para receber os novos estudantes da Unicamp.
"Com a vacinação completa no segundo semestre, a gente cria um cenário positivo, incluindo a imunização completa de funcionários, docentes e alunos. E isso também é favorável para março. Mas, não acredito nesse retorno híbrido em agosto, seria de outubro para frente", disse ele.
O reitor acredita ainda que a Unicamp deve priorizar nessa volta o retorno das aulas práticas antes das aulas teóricas, pela necessidade do material físico para os alunos e por serem turmas menores. Já outros setores, como a saúde e o administrativo, já estão trabalhando de forma presencial.
"As áreas da saúde e da assistência funcionaram o tempo todo basicamente. Já na área de ensino e formação de pessoas estamos com atividades presenciais que envolvem a formação de alunos associados, como estudantes de medicina, odontologia e enfermagem. Em relação às aulas de pós em laboratórios, elas já estão acontecendo", disse.
Atualmente, a Unicamp conta com aproximadamente 34 mil alunos matriculados em 66 cursos de graduação e 153 programas de pós-graduação nos campi de Campinas, Piracicaba e Limeira.
COMO VOLTAR
O reitor também afirmou que este retorno híbrido é importante pois outros setores devem também começar a planejar esta volta, incluindo por exemplo o RU (Restaurante Universitário), chamado de Bandejão, e os próprios alunos que moram fora de Campinas e de outras cidades onde a Unicamp tem campus.
"Quando digo parcialmente é que temos que estruturar tudo isso. 60% dos estudantes são de fora (de Campinas). Precisamos pensar na organização dessas pessoas para o retorno, como montar repúblicas estudantis. Já a moradia da Unicamp é mais simples", disse.
Em relação ao Bandejão, Tom Zé afirmou que a retomada também deverá ser parcial por conta do atual funcionamento do restaurante. Hoje, são servidas cerca de duas mil refeições por dia. Antes da pandemia, eram 17 mil.
CUIDADOS
A Unicamp pretende ainda retomar as aulas presenciais de forma híbrida mantendo cuidados básicos contra a covid-19, como o uso de máscara contra a doença, distanciamento social de 1 metro e meio entre as carteiras e álcool em gel.
"O retorno depende da aceleração do processo de vacinação. Nessas novas condições teremos que conversar. E esse retorno é previsto sempre preservando todos os cuidados", disse.