A partir de agosto, todas as escolas de Campinas estão permitidas a funcionarem sem o limite de ocupação de alunos, mas devem respeitar o distanciamento estipulado entre os estudantes (1,5 metro de distância).
A medida foi anunciada nesta sexta-feira (23) com a publicação do decreto
que disciplina novos parâmetros da retomada das atividades escolares a partir do segundo semestre.
Nas escolas da rede municipal, a capacidade de ocupação, deve ficar no máximo em torno de 50% . A informação é do secretário de Educação, José Tadeu Jorge. Em entrevista ao ACidade ON , Tadeu Jorge adiantou também que está sendo estudada uma possível ampliação nos horários das aulas. A ideia é ampliar em uma hora o período do presencial tanto para os alunos da educação infantil quanto para o ensino fundamental (leia mais abaixo).
DECRETO
O decreto, publicado na edição de hoje do Diário Oficial, mantém a regra de distanciamento de 1,5 metro entre os alunos, mas retira o limite da capacidade, que antes era de 35%. Sendo assim, cada escola deverá verificar quantos alunos poderão ser colocados em cada sala de aula, mantendo a distância.
"O decreto crava a regra em 1,5 metro de distanciamento, que sempre foi utilizado. Mas cai a restrição de apenas um terço dos alunos no presencial. Então não precisamos mais estar limitados a 35%. O que isso vai gerar é que em muitas salas de aula vão poder ter um número maior de alunos, podendo chegar em muitas, com até 50% de ocupação", explicou . O rodízio entre turmas permanece, mas ele caíra para duas turmas, e não mais três, como é utilizado hoje (leia mais abaixo).
Segundo o secretário, a capacidade de 50% é estimada pelo cálculo aplicado na arquitetura dos prédios públicos escolares que seguem um único padrão.
"Em um edifício construído como escola, os arquitetos trabalham com 80 centímetros de distância entre os alunos. Então o raciocínio é direto, para o distanciamento dobrar, seria metade da capacidade permitida. Isso é uma estimativa, nem todas as salas vão chegar a 50%, algumas são estruturas antigas e podem passar da metade. Temos salas que foram subdimensionadas, e salas maiores que trabalham com folga", explicou.
CADA ESCOLA
Ainda de acordo com Tadeu Jorge, a definição de quantos alunos poderão ser colocados por sala vai depender da análise da escola. Ele adiantou que essa organização já era feita com a ocupação máxima, em que cada escola tinha que definir quantos alunos caberiam e inserir o número autorizado em uma placa, na entrada de cada sala.
"As escolas farão sala por sala, como foi feito no plano de retorno. Em termos práticos as escolas vão rever o que já fizeram e ver quantos cabem. Certamente vai caber mais. Coloco o número de 50% como uma média, uma previsão, mas isso teremos de maneira determinada e fixa assim que adaptarem", acrescentou.
MAIS TEMPO DE AULA?
Apesar da publicação do decreto não citar regras específicas para o horário das escolas, o secretário afirmou que a ampliação do tempo de aula está sendo estudado e as novas definições devem ser anunciadas ainda na próxima semana.
"O decreto não tem detalhes da rede municipal, só coloca regras gerais, e essas definições ainda sairão ao longo da semana que vem. Estamos pensando em estabelecer já a partir de 2 de agosto", disse. Ele afirmou também que há um número grande de solicitações para a ampliação de uma hora a mais na carga horárias da rede, tanto no ensino infantil como no fundamental.
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"Uma das demandas foi de aumentar o período, que hoje está em três horas nas Emefs e quatro horas na educação infantil. As famílias citam que três horas é um prazo muito curto, e reivindicam pelo menos quatro horas no ensino fundamental e um pouco mais na educação infantil. Isso está sendo considerado", afirmou Tadeu Jorge.
Segundo o secretário, a ampliação no horário hoje é possível pelas equipes que trabalham estarem já treinadas e levarem menos tempo para limpeza dos locais.
"Efetivamente o nosso pessoal está muito mais treinado. As pessoas já estão mais conscientizadas, isso foi se ajustando", disse.
EXPECTATIVA DA ADESÃO VS NÃO OBRIGAÇÃO DE PRESENÇA
Antes do recesso, em entrevista ao ACidade ON o secretário de Educação afirmou que a adesão as aulas presenciais na rede municipal ficou em 20% em Campinas no primeiro semestre deste ano . Questionado novamente, o secretário disse que espera um retorno com mais alunos no presencial, mas acredita que boa parte optará em continuar em casa, com aulas remotas, devido a não obrigação da presença, regra definida pelo Conselho Nacional de Educação.
"O fator é a confiança, e o mais importante é a obrigatoriedade ou não da frequência. Minha opinião é que enquanto a frequência não for obrigatória, vamos conviver com abstenção. Com famílias que preferem que seus filhos fiquem no remoto, o que até é compreensível, porque medo e receio são individuais", disse.
COMO SERÁ
Na Rede Municipal de Ensino, os alunos serão divididos em duas turmas. Em uma semana uma turma assiste aula presencial e a outra faz as atividades na plataforma on-line, em casa. Na outra semana, ocorre o inverso. Hoje, os alunos estão divididos em três turmas.
"Eram três turmas, com as novas regras serão só duas. Melhora o tempo para avançar o conteúdo", explicou.
CONFIANÇA NA RETOMADA
Questionado sobre os receios da retomada sem limitação de alunos, o secretário de Educação pontuou que todas as medidas foram tomadas com autorização do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), e que acredita que a escola é um ambiente seguro para os alunos.
"A medida que o retorno foi ocorrendo, fomos comprovando o que se dizia, de que as escolas são ambientes seguros, isso se confirma. Os casos que ocorreram de surtos na rede municipal a contaminação não se deu em ambiente escolar, além disso, hoje a situação é muito mais segura que antes", afirmou.