Um levantamento da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) mostrou que as famílias da região de Campinas passaram a comprar mais itens essenciais durante a pandemia de covid-19.
No comparativo, o estudo mostrou que o maior crescimento foi em itens de reforma e construção, que cresceu 18,9%. Na sequência, com aumento de 11,4%, aparecem as compras em alimentos e produtos de limpeza e higiene.
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Em terceiro lugar, estão a compra de móveis e objetos para a casa, com elevação de 11,2%. A assistência médica foi o foco de 9,4% das famílias estudadas, seguida de manutenção de veículos com 9%.
Por último, aparecem os eletrodomésticos, com aumento de mais de 1,1% como escolha de compra. O único ponto que as famílias deixaram de investir tanto foi o vestuário. A redução foi de mais de 31,6%.
Em Campinas, a auxiliar de limpeza Fátima de Mendes afirmou que de fato tem comprado mais produtos de alimentação e material de limpeza. "A gente fica muito tempo de casa, né?" afirmou.
A voluntária Daniela de Paula disse que investiu mais em álcool em gel, para evitar a contaminação por covid-19. "Passei a comprar mais para desinfetar mesmo", afirmou.
ANÁLISE
Para o assessor econômico da Fecomercio Altamiro Carvalho, o dinheiro que sobrou de viagens, lazer e turismo foi encaminhado para pequenas reformas nas residências. "Isso ocorreu ao mesmo tempo que as camadas mais baixas, beneficiadas pelo auxílio emergencial, encaminhou os recursos para o consumo de bens essenciais, como supermercados e remédios", analisou.
No entanto, até o fim deste ano, o comportamento do consumidor deve mudar. "Como no caso do vestuário, que tem um estoque acumulado muito grande pela forte queda que ocorreu em 2020. Eles perderam 32% do mercado em 2020. Então os preços de vestuário tendem a se tornar mais atrativos e, com a demanda reprimida, tendem a encontrar um dos melhores desempenhos", disse.