Dário: recomendação do ministério sobre vacinação gera dúvidas
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Dário: recomendação do ministério sobre vacinação gera dúvidas

O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), disse hoje (16) que a postura do Ministério da Saúde, que voltou atrás e passou a não recomendar a vacinação de adolescentes sem comorbidades dos 12 aos 17 anos contra a covid-19, gerou dúvidas na população.

Apesar de evitar fazer críticas mais duras e diretas à nota ministerial, o chefe do Executivo, que é médico, se disse favorável à imunização da faixa etária e reforçou que o município vai manter as aplicações, conforme a orientação da secretaria de estado da Saúde de São Paulo.

"Gera dúvidas, porque há uma posição central do ministério dizendo para não vacinar e um entendimento do Estado para que a vacinação seja feita sim. A cidade de Campinas vai seguir o governo paulista e eu, como médico, sou a favor de vacinar acima dos 12 anos", opinou.

Ainda segundo Dário, mesmo que a incidência de casos graves nesta faixa-etária seja baixa até o momento, não é possível afirmar que o público esteja fora de risco , já que a pandemia é imprevisível, principalmente por conta do surgimento de novas cepas do coronavírus.

O prefeito falou sobre o tema durante live na tarde desta quinta-feira, quando também anunciou a intenção de reduzir o IPTU de galpões industriais e logísticos (leia mais aqui ).

CAMPANHA NA CIDADE

Por conta da manutenção da programação da campanha de vacinação, a Prefeitura orienta que as pessoas que têm horários agendados devem comparecer normalmente ao local escolhido no dia e hora marcados para receber a dose.

Até o momento, 54.335 adolescentes (49% da população estimada entre 12 e 17 anos) receberam a primeira dose da vacina no município.

A pasta da Saúde ressalta que, no momento, todas as vagas para este público estão preenchidas em Campinas , mas que o agendamento será reaberto assim que a cidade receber mais doses da vacina da Pfizer, a única autorizada para adolescentes.

O QUE DISSE O MINISTÉRIO

A nota informativa do Ministério da Saúde foi emitida nesta quarta-feira (15) e volta atrás sobre a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades (doenças prévias). Agora, a orientação do ministério é que não seja feita a vacinação de adolescentes na faixa etária dos 12 aos 17 anos, que não tenham nenhum tipo de doença.

Segundo a Saúde, houve uma revisão da imunização. Com isso, a Pasta passa a recomendar a aplicação da vacina contra a covid-19 somente em adolescentes que têm entre 12 e 17 anos e que apresentem deficiência permanente, comorbidade ou que estejam privados de liberdade.

A nota informativa desta quarta contraria um outro posicionamento publicado pela pasta em 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15.

Em ofício, o Conass (Conselho Nacional de Secretarias de Saúde) e o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) pediram na manhã desta quinta um posicionamento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a aplicação da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos. Em junho, a Anvisa autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em adolescentes a partir de 12 anos.

REAÇÃO DO ESTADO

A posição ministerial foi lamentada pelo governo estadual através de uma nota. O posicionamento diz que a decisão do Ministério da Saúde "vai na contramão de autoridades sanitárias de outros países" . Além disso, diz que "a vacinação nessa faixa etária já é realizada nos EUA, Chile, Canadá, Israel, França, Itália, dentre outras nações".


Por fim, alega que "a medida cria insegurança e causa apreensão em milhões de adolescentes e famílias que esperam ver os seus filhos imunizados, além de professores que convivem com eles".

A aplicação em jovens de 12 a 17 anos começou em SP no dia 18 de agosto. Desde então, foram imunizadas cerca de 2,4 milhões de pessoas. Ou seja, 72% do público total.

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