Crianças brincam em parquinho de unidade escolar da rede municipal.
Divulgação/PMC
Crianças brincam em parquinho de unidade escolar da rede municipal.


A secretaria de Saúde de Campinas registrou 11 surtos da SMPB (síndrome mão-pé-boca) no mês de novembro em escolas infantis da cidade. Por causa dos casos, que tem aumentado inclusive no Estado de São Paulo, o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) divulgou hoje (23) um alerta sobre a ocorrência de casos e surtos da síndrome.

Segundo a pasta, todos os casos e surtos dentro de estabelecimentos de ensino devem ser avisados imediatamente para a regional da Visa (Vigilância em Saúde), responsável pela área de abrangência da escola. A Saúde não informou se os casos que foram contabilizados mês passado ocorreram em escolas municipais ou também em particulares.

A síndrome é uma infecção causada por vírus, contagiosa e muito comum em crianças. Atinge frequentemente menores de 5 anos, mas pode acometer também os adultos.

"Por isso é importante se precaver em situações como beijos, ingestão de água e alimentos compartilhados com alguém infectado, troca de fraldas, aperto de mão com alguém contaminado, contato com brinquedos ou objetos que possam ter sido contaminados por mãos sujas, entre outras", afirmou Valéria de Almeida, coordenadora da Vigilância de Agravos e Doenças do Devisa.

O QUE É?

A SMPB é causada pelo vírus Coxsackie, que causa infecção no sistema digestivo (boca, estômago e intestino) e também pode provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca). O nome da doença se deve ao fato de que as lesões são mais comuns em mãos, pés e boca.

A dona de casa Valquíria Matos tem uma filha de 2 anos que teve a síndrome no final do mês passado. "Ela estava na escolinha quando pegou de algum amiguinho. Outras crianças também tiveram e a escola mandou um comunicado com os cuidados e para os pais ficarem atentos. É uma doença chata e que judia muito da criança", afirmou.

TRANSMISSÃO

O vírus pode ser transmitido por contato com secreções das vias respiratórias (tossir, espirrar e falar), secreções das feridas das mãos ou dos pés e pelo contato com fezes dos pacientes infectados (transmissão oral fecal).

SINTOMAS

De acordo com a coordenadora, os pais e responsáveis, assim como as escolas devem ficar atentos aos sintomas, que costumam durar de sete a dez dias.

"Porém mesmo recuperada, a criança pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Por este motivo, o cuidado com as trocas de fraldas dever ser mantido", explica.

PRINCIPAIS SINTOMAS

- Febre alta nos dias que antecedem o surgimento das lesões.

- Aparecimento, na boca, amígdalas e faringe de manchas vermelhas com vesículas no centro que podem evoluir para ulcerações muito dolorosas.

- Erupção de pequenas bolhas em geral nas palmas das mãos e plantas dos pés, mas pode ocorrer também nas nádegas e na região genital.

- Mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia.

- Por causa das lesões na boca e dor de garganta, podem surgir dificuldades para engolir e muita salivação.

EXISTE VACINA?

Não há vacina para proteger contra o vírus que causa a síndrome mão-pé-boca. Por isso, é fundamental adotar medidas adequadas de higiene pessoal e do ambiente, além do isolamento social dos doentes.

Sempre que a criança apresentar os sintomas é importante procurar avaliação médica imediata para orientação e tratamento adequado. As lesões orais podem dificultar a deglutição. Por isso, é preciso cuidar da hidratação das crianças.



Para prevenir o adoecimento e interromper as cadeias de transmissão em ambientes escolares, as medidas abaixo devem ser adotadas:

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro.

- Promover a limpeza e desinfecção (com álcool a 70% ou mistura de água e água sanitária) de superfícies frequentemente tocadas e itens sujos, incluindo brinquedos.

- Evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios, copos e alimentos.

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