A Polícia Federal de Campinas deflagrou na manhã desta quarta-feira (1º) uma nova fase da operação que investiga crimes de lavagem de dinheiro praticados por investigados envolvidos em tráfico internacional de drogas a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos.
A operação, denominada "Lavaggio III" é a 6ª fase da Operação Overload, deflagrada em outubro do ano passado .
Quando deflagrada, a operação Overload prendeu policiais, servidores, e funcionários do aeroporto que teriam ligação com a quadrilha e viabilizavam o tráfico de cocaína em Viracopos, com destino ao continente europeu - principalmente para a França.
A Polícia Federal cumpre 13 mandados nesta manhã , sendo nove de busca e apreensão e quatro de prisão temporária, expedidos pela Justiça Federal em Campinas.
Segundo a PF, o investigado central da operação de hoje foi preso em Indaiatuba durante a operação Overload, mas atualmente está foragido. As investigações apontam que ele era o principal responsável pela articulação externa entre traficantes e integrantes do núcleo interno do aeroporto para inserir drogas em aeronaves.
Três equipes do BAEP (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar) de Campinas dão apoio à PF no cumprimento dos mandados.
A INVESTIGAÇÃO
De acordo com a Polícia Federal, a investigação atual teve início a partir da análise de documentos e informações de inteligência policial obtidos durante a Operação Overload e tem por objetivo identificar bens obtidos com dinheiro obtido pelas atividades da organização criminosa e outros envolvidos que tenham autorizado o uso de seus nomes para ocultá-los.
A atual fase de investigação está centrada em investigado e familiares residentes em Campinas, Hortolândia, Indaiatuba, Tarumã e São Paulo, que utilizavam Viracopos para enviar remessas de grande quantidade de drogas para a Europa.
Durante a operação, já foram identificadas movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada dos suspeitos, utilização de "laranjas" para a ocultação de valores obtidos com o tráfico, além de compra e venda de imóveis.
FASES DA OPERAÇÃO
Esse é o quinto desdobramento da Operação Overload e decorre do trabalho da Polícia Federal em descapitalizar as organizações criminosas voltadas ao tráfico de drogas.
O primeiro desdobramento se deu em 3 de dezembro, com a "Operação AKE". O segundo se deu em fevereiro com a primeira fase da "Operação Lavaggio" ,o terceiro se deu em julho, com a "Operação Airline" e o último se deu em outubro, com a operação "Lavaggio II" .
Operação Overload (1ª fase)
Durante as investigações da Operação Overload constatou-se a existência de uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas operando a partir do Aeroporto Internacional de Viracopos, envolvendo empregados de empresas terceirizadas, de companhia aérea, integrantes das Forças de Segurança Pública e estrangeiros em solo europeu.
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Na Operação Overload 32 pessoas foram presas temporariamente, por 30 dias, e foram apreendidos veículos e dinheiro no valor aproximado de 3 milhões reais.
Ao final do prazo de 30 dias, o pedido de prorrogação do prazo da prisão temporária apresentado pela Polícia Federal não foi acolhido pela Justiça e os presos foram postos em liberdade.
Operação AKE (2ª fase)
Em 3 de dezembro de 2020, no primeiro desdobramento da operação Overload, a Polícia Federal deu cumprimento a sete mandados de prisão preventiva expedidos contra os investigados que compunham parte da organização criminosa, estando estes presos até a presente data.
Operação Lavaggio I (3ª fase)
Em 10 de fevereiro de 2021, segundo desdobramento, durante as apurações da Operação Lavaggio, a Polícia Federal identificou na análise de material apreendido, ao menos, 20 atos de lavagem relacionadas a um dos principais investigados, contabilizando alienações de veículos e compras de imóveis (apartamentos, casas, chácaras), o que foi feito envolvendo familiares do investigado cujas rendas eram incompatíveis com as transações, além de terceiros e pessoas jurídicas.
Na oportunidade, foram cumpridos 6 mandados de busca e apreensão e 7 ordens judiciais de bloqueio de imóveis (Campinas e Monte Mor), cujo valor aproximado ultrapassou 3 milhões de reais.
Operação Airline (4ª fase)
Em 6 de julho de 2021, terceiro desdobramento, a Polícia Federal centrou seu trabalho em cumprir 18 mandados de prisão preventiva dos envolvidos e 2 mandados de busca e apreensão.
Operação Lavaggio II (5ª fase)
Em 25 de outubro de 2021, quarto desdobramento, a Polícia Federal centrou seu trabalho no Mato Grosso, já tendo identificado movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada, além da aquisição de joias, relógios e veículos de luxo, além de apartamentos, empreendimentos imobiliários, tendo sido cumpridos 7 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Campinas, sendo 5 em Mato Grosso e 2 em São Paulo.
Durante o cumprimento, um dos foragidos da Operação Overload foi encontrado, tendo sido cumprido o respectivo mandado de prisão preventiva.