Estudante fez relatos denunciando abuso pela rede social.
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Estudante fez relatos denunciando abuso pela rede social.


A Polícia Civil informou nesta quinta-feira (2) que ouviu durante a tarde de ontem duas amigas e um amigo da jovem de 23 anos que denunciou ser estuprada durante a madrugada de domingo (28), enquanto estava no rodeio de Jaguariúna.  O conteúdo dos depoimentos, no entanto, ainda não foi divulgado, e o caso segue em segredo de Justiça.

Segundo a corporação, ao longo da noite foram analisadas as imagens de 53 câmeras de segurança instaladas nas áreas do rodeio. Ainda segundo a polícia, agora serão analisadas imagens do sistema de monitoramento da cidade, na tentativa de localizar novas testemunhas.

Ontem , a organização do Jaguariúna Rodeo Festival já havia informado que o departamento jurídico e as autoridades analisavam as imagens , cedidas com objetivo de "reconstituir o episódio e identificar os culpados".

Segundo a Polícia Civil, o laudo da perícia ainda não foi enviado para a delegacia. Em stories, estudante Franciane Andrade contou que fez o exame e foi constatado a violência sexual.

"Eu já chorei muito, acabei de ir atrás do BO, fui no IML aqui de Mogi Guaçu, fiz o exame e a polícia constatou que houve estupro e não sabe me dizer se foi um, dois ou três [homens]", disse nas redes sociais.

O CASO

A estudante universitária de 23 anos denunciou por meio das redes sociais, na noite de terça-feira (30), ter descoberto que foi estuprada durante o rodeio de Jaguariúna, realizado no último fim de semana.

Por meio de stories no Instagram, Franciane Andrade, que também é influenciadora digital, contou que acordou na madrugada de domingo (28) depois de ter ficado um período inconsciente no show de sábado, e se perder dos amigos . Ela conta que durante a segunda-feira começou a sentir dores e foi até o médico.

"Não sabia que tinha sido violentada. Comecei a sentir dor ontem à noite e vim hoje no médico", disse em um dos vídeos. Ela suspeita que foi dopada ao ingerir bebida no camarote da festa. 

INVESTIGAÇÃO

Franciane prestou depoimento por três horas na manhã de quarta-feira (1º) na Delegacia da Mulher de Mogi Guaçu, que confirmou a abertura da investigação. O caso, no entanto, será encaminhado ao município de Jaguariúna.

Segundo o boletim de ocorrência, a vítima relatou que ingeriu bebidas alcoólicas e não se lembra do que aconteceu, sabendo apenas que no meio da madrugada acordou em uma rotatória próxima ao local da festa.  

O crime investigado será o de estupro de vulnerável, quando a vítima não tem condições de apresentar resistência. A delegada da delegacia de Mogi Guaçu afirmou que caso deve seguir em segredo de Justiça, e disse que não pode dar detalhes sobre o exame de corpo de delito. 

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RELATO

Os primeiros vídeos com a denúncia foram gravados por Franciane ainda dentro do hospital. "Não sei como contar para os meus pais, a dor que estou sentindo, saber que estava ainda inconsciente, sem ver quem era", disse, em seguida se indignando com a falta de segurança da festa.

"Jaguariúna tem que se responsabilizar por isso, entrar em contato, eu paguei um dos camarotes mais caros pra ter segurança e ninguém me ajudou, nenhum segurança, ninguém", finalizou.

Franciane revelou ter sido vítima e afirma que usou o Instagram como um meio de pedir ajuda para que seus seguidores mobilizassem as redes sociais e fizessem com quem a organização do evento em Jaguariúna contribuísse para as investigações.



POSIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO


Em nota, a organização do Jaguariúna Rodeo Festival afirmou que assim que tomou conhecimento do relato de Franciane Andrade, entrou em contato com a jovem e com sua família para prestar toda ajuda e suporte necessários.

"A organização do Jaguariúna Rodeo Festival também está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação do ocorrido. A propósito, já estão sendo analisadas as imagens e vídeos das diversas câmeras de segurança do festival", disse o texto.

"Importante ressaltar que o camarote citado, assim como as demais áreas do evento, possui efetivo robusto de segurança e monitoramento. Por fim e não menos importante, o JRF reafirma seu compromisso com o bem-estar do público e repudia qualquer forma de abuso e discriminação, dentro ou fora dos eventos que realiza", completou.

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