Pela primeira vez desde o início do enfrentamento da pandemia, o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp não possui pacientes internados na UTI-Covid . A informação foi confirmada nessa terça-feira (7) pela assessoria do hospital.
Segundo o HC, o último paciente a dar entrada na UTI- Covi foi uma mulher de 69 anos, da cidade de Franco da Rocha, que faleceu neste final de semana, após 15 dias internada.
Hoje (7), apenas oito pacientes estão internados na enfermaria covid adulto, a menor taxa de ocupação dos leitos dedicados a pacientes com coronavírus desde o início da pandemia.
"Nós estamos terminando 21 meses de enfrentamento da pandemia no HC. Vemos que conseguimos enfrentar com sucesso, com a ajuda do avanço da vacinação. Primeiro tivemos redução de internados, depois de mortalidade, e agora até de casos atendidos", disse o coordenador de assistência do HC, Plínio Trabasso, indicando uma reversão e enfoque agora maior para atendimento de outras doenças.
"Isso reflete na redução das internações das enfermarias e leitos intensivos. Ainda que continue sendo hospital referência para o município e região, permite uma reversão, atendendo pacientes com outras doenças que precisam ser atendidos", declarou.
LEITOS
Segundo o hospital, no auge da pandemia, o HC chegou a disponibilizar 63 leitos exclusivos para UTI, 93 leitos de enfermaria adulto, quatro leitos de UTI pediátrica e metade da capacidade instalada do Pronto Socorro (UER) dedicada aos pacientes suspeitos de coronavírus.
Hoje, segundo o HC, ainda são disponibilizados 18 leitos de enfermaria e 10 leitos de UTI.
"Nós vamos manter pelos próximos três meses o atendimento num espaço físico exclusivo para a covid-19, para caso apareça ou aumentem os casos", explicou a superintendente do HC, Elaine Ataíde, citando que o hospital já estuda como será o modelo de reversão total da estrutura.
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ENFRENTAMENTO COVID E OUTRAS DOENÇAS
O enfrentamento da pandemia no hospital já dura 21 meses, e o hospital continua sendo referência no Estado no atendimento a vítimas da covid-19. Ao longo do período, o hospital notificou 3.373 casos de SRAG e 383 óbitos.
Segundo a superintendente, a previsão é que até o 1º trimestre de 2022 o atendimento de outras doenças seja retomado ao normal.
"A retomada é uma tarefa árdua, que encaramos com preocupação, porque a gente vê pacientes com doenças que ficaram represados, e agora aparecem nos serviços com quadros mais graves, isso tanto em relação a doenças crônicas, como em cirurgias e tratamentos, vemos pacientes muito mais graves. Temos déficit de equipes, por causa de afastamentos, demissões, mas acredito que até o primeiro trimestre de 2022 a nossa capacidade de atender outras doenças seja retomada", afirmou.
Para o enfrentamento da pandemia no HC, o governo do Estado e o Ministério da Saúde viabilizaram R$ 33.907.317,67 para o custeio exclusivo dos leitos de internação, compra de insumos e aquisição de equipamentos.
Ao todo, foram contratados 408 funcionários temporários, a maioria técnicos de enfermagem, enfermeiros, fisioterapeutas e médicos que atuaram juntos com os colaboradores do hospital.