A Seduc (Secretaria de Educação do Estado) informou que rompeu o contrato com o professor de Cosmópolis acusado por uma aluna de assédio sexual.
O docente, por enquanto, está de licença médica por causa das agressões que sofreu do pai da adolescente.
Segundo a pasta, o professor atuava como temporário na escola estadual, localizada no bairro Jardim Nova Esperança. Imagens gravadas por alunos da unidade mostraram o momento em que ele foi agredido pelo pai da aluna, que invadiu a sala de aula.
As agressões teriam acontecido após a estudante ter relatado à família ter sido vítima de assédio.
Ontem (7), o a adolescente e os pais prestaram depoimento na delegacia de Cosmópolis. Segundo o delegado, Fernando Periolo, a adolescente confirmou a denúncia feita ao pai.
"Através do que a menina falou, já estava acontecendo problemas anteriores. O professor demonstrava um certo preconceito com as meninas pegarem na mão uma das outras, falando que era 'desperdício', e citando que se não fosse casado ia 'coisar' com elas, falando com conotação sexual", disse.
A Polícia Civil afirmou que vai encaminhar uma intimação para o professor prestar depoimento nesta quarta-feira (7), mas depende da condição de saúde dele. Além dele, outras estudantes serão ouvidas.
"Ela disse que o assédio acontecia também com outras meninas, então vamos verificar se isso é verdade ou não", afirmou o delegado.
AS IMAGENS
No vídeo é possível ver o pai da estudante transtornado. Ele atingiu o professor com socos e chutes. Imagens mostram o momento em que ele tenta ser contido por estudantes e outros professores.
Um dos colegas que tentava proteger o educador também recebeu um golpe e caiu no chão. Outro vídeo mostra o professor após ser espancado, com ferimentos no rosto e braços e todo ensanguentado.
A DENÚNCIA
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Ontem (7), o a adolescente e os pais prestaram depoimento na delegacia de Cosmópolis. Em entrevista, ela disse que o pai chegou até a escola, após ligar para a família relatando o assédio. A estudante disse ainda que procurou ajuda da direção da escola, mas nenhuma atitude foi tomada.
"Hoje na nossa sala a gente estava conversando entre eu e as meninas, e ai ele [o professor] acabou falando que se não tivesse casado ele transaria comigo. Eu fingi que não tinha ouvido, e ele falou de novo. Ai eu fiquei parada, assim, porque eu fiquei em choque né?", disse a menina em depoimento à EPTV Campinas.
Segundo ela, o assédio teria sido contado para a diretora e coordenadora, mas nenhuma delas tomou alguma atitude.
"Eu não estava conseguindo ficar na sala, ai eu fui pro banheiro, liguei pra minha mãe chorando, estava desesperada, e ela me ligou, falou com meu pai e eu mandei um áudio pra ele de dentro do banheiro, depois eu fui na sala pegar minha mochila e fui pro pátio, quando meu pai chegou".
A adolescente diz ainda que não foi a primeira vez que foi assediada, e que casos também aconteceram com outras colegas.
"Não é a primeira vez que acontece isso, nem só comigo, mas também com outras meninas e não só da minha sala. Não dele falar isso, mas de passar a mão no cabelo, ficar apertando nossa perna, relar na nossa cintura, tenho uma intimidade que não existe entre ele e as alunas", relatou.
Em entrevista, o pai disse que sabe que a atitude não foi correta, mas alega a violência por querer justiça.
"Correto não foi. Porque mesmo a gente estando certo foi uma agressão, e perdi a razão. Mas como pai a gente quer que a justiça seja feita", disse.
O QUE DIZ O ESTADO
Em nota na tarde de ontem a secretaria confirmou o afastamento do professor e disse que vai colaborar com as investigações e continua apurando o caso internamente.
Veja a nota completa:
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc-SP) repudia toda e qualquer forma de assédio e agressão dentro ou fora do ambiente escolar.
A Diretoria de Ensino (DE) de Limeira junto à escola está apurando os fatos com as partes envolvidas. A Pasta esclarece que o professor envolvido apresenta docência temporária e já foi notificado sobre a rescisão do contrato. No momento, ele está afastado por licença médica.
A equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da Seduc-SP, foi acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi registrado no Placon, sistema do programa que tem como principal objetivo monitorar a rotina das escolas da rede estadual. A unidade escolar também colocará à disposição da aluna a assistência do Programa Psicólogos na Educação, se for autorizado por seus responsáveis.
A escola e a DE estão à disposição para prestar esclarecimentos à comunidade escolar e autoridades.