Há exato um ano, Campinas teve a primeira moradora a ser vacinada contra a covid-19
. Hoje, segundo a secretaria de Saúde, a cidade tem 95,6% da população adulta (com 18 anos ou mais) com esquema vacinal completo, de duas doses
. Em um ano, 2,2 milhões de vacinas contra o vírus já foram aplicadas na cidade.
A técnica de enfermagem da enfermaria do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, Liane Santana Mascarenhas Tinoco, de 48 anos, foi a primeira pessoa receber a vacina em Campinas, no dia 18 de janeiro de 2021.
A imunização aconteceu no mesmo dia após o primeiro lote de vacinas chegar na cidade
, trazendo até então apenas 4 mil doses da Coronavac destinadas à universidade.
O ato simbólico marcou o início da vacinação em profissionais da saúde
, primeira categoria a ser beneficiada com a imunização. Três dias depois, no dia 21 de janeiro, a Prefeitura de Campinas também começou a vacinar profissionais da saúde da rede municipal.
CENÁRIO ATUAL
Um ano depois, o cenário é positivo, com 95,6% da população adulta já vacinada com duas doses da vacina
, e o início da imunização em crianças.
O agendamento para vacinação de crianças de 5 a 11 anos foi aberto ontem (17)
na cidade, disponibilizando 5 mil vagas para imunização de crianças com comorbidades ou deficiência permanente, além de indígenas e quilombolas. A vacinação dos pequenos começa nesta terça (18).
Com a inclusão de crianças, podem se vacinar atualmente:
- Todas os adultos com mais de 18 anos;
- Todos os adolescentes de 12 a 17 anos;
- Crianças de 5 a 11 anos com doenças prévias, deficiências, indígenas e quilombolas
Além da vacinação em primeira e segunda dose, a cidade também aplica a dose de reforço em todas as pessoas a partir de 18 anos que tiverem recebido a segunda dose há, pelo menos, quatro meses.
No caso de imunossuprimidos graves, é preciso ter completado a imunização há 28 dias. Já se a pessoa foi vacina com a Janssen, o intervalo entre a dose única e a dose adicional é de dois meses.
Para agendar a vacinação em Campinas é preciso acessar o site
vacina.campinas.sp.gov.br
ou ligar no telefone 160. Pessoas que tiverem dificuldade devem procurar um centro de saúde mais próximo da sua residência.
ADESÃO
Para a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia Raquel Stucch, a adesão da população foi grande e mostrou a força do SUS (Sistema Único de Saúde).
"O povo brasileiro sabe a necessidade da vacina, e aprendeu que elas são importantes. Depois de um ano de vacinação acho que as pessoas que tinham desconfiança e preocupação em relação as vacinas já perceberam que elas são seguras e que o benefício da vacinação é para toda a sociedade
, do ponto de vista de garantia de saúde, de diminuir hospitalizações e mortes, e só elas podem fazer com que a economia seja saudável novamente", afirmou.
A infectologista indica que a grande redução no número de internações e mortes só foi possível com a vacinação.
"As vacinas são as grandes responsáveis pela redução das internações. Mesmo com a variante ômicron, vemos que apesar com aumento exponencial de casos, as internações não acompanham o mesmo aumento dos casos e sem dúvida isso é benefício da vacinação", indicou.
"Em todos os países e também aqui, 90% dos internados são pessoas que não se vacinaram ou não tem a vacinação completa, mostrando que a vacinação faz com que a doença fique mais branda, com risco de agravamento", completou.
EXPECTATIVAS
Para Raquel, a expectativa daqui pra frente é da chegada de vacinas ainda melhores, e que todas as pessoas completem o ciclo vacinal para a contenção da transmissão da doença.
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"Esperamos para o futuro que as vacinas sejam ainda melhores. As vacinas todas foram desenhadas para diminuir hospitalizações e óbitos, e todas cumpriram muito bem esse papel, mas sabemos que precisamos de vacinas talvez em menos doses, também com outra forma de administração, não só injetável, e vacinas que deem proteção mais prolongada e proteção maior em idosos e imunossuprimidos", indicou.
Para a infectologista, mesmo com a vacinação avançada, é preciso ainda de uma adesão ainda maior para a dose de reforço.
"Vimos que só vamos enfrentar a ômicron com três doses da vacina, porque ela exige uma quantidade maior de anticorpor. É importante continuar com campanha para adesão da terceira dose", ressaltou.
Sobre o início da imunização em crianças, Raquel avalia como mais uma ação para aumentar o total de vacinados e caminhar para o controle da covid-19.
"A vacinação das crianças sem dúvidas também dos trará uma tranquilidade maior, garantindo que não tenham a doença gravemente, e colaborar também para que aumente o percentual da população totalmente vacinada para que podemos caminhar no controle da pandemia", ressaltou.