Tosse, febre, coriza e dores de garganta e cabeça são cinco dos principais sintomas apresentados pelas crianças de 5 a 11 anos com covid-19 em Campinas.
Conforme os dados do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), a perda de paladar e olfato e a falta de ar também são indícios comuns (veja lista completa abaixo).
Para a diretora do departamento, Andrea von Zuben, apesar de parecerem simples e de gravidade baixa, a variação dos quadros serve como um alerta sobre a doença.
"Existe uma amplitude de sintomatologia extremamente grande. Esses dados são só uma parte, porque com certeza há mais dados não identificados", afirma.
Veja abaixo os sintomas divulgados pela Prefeitura:
Tosse: 50,7%
Febre: 50,2%
Coriza: 34,1%
Dor de garganta: 25,1%
Dor de cabeça: 19,9%
Perda de paladar: 9,2%
Falta de ar: 8,7%
Perda de olfato: 8,3%
Desconforto respiratório: 3,4%
Queda de saturação: 2,7%
Outros sintomas: 2,4%
Vômito: 1,3%
Diarréia: 0,7%
Fadiga: 0,7%
Dor abdominal: 0,5%
O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS
A Prefeitura demonstrou preocupação com a alta de casos graves e baixa imunização em live realizada nesta sexta-feira (4) que detalhou os dados sobre a manifestação da doença nas crianças.
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Para alertar os pais e responsáveis sobre a importância de proteger a faixa etária, o município convocou médicos pediatras para explicar como as crianças são afetadas.
Para Helda Aparecida Mota, responsável pela Vigilância em Saúde Noroeste, quanto maior o alcance vacinal, melhor a chance da cidade conseguir atender a todos.
"A vantagem é enorme. Nós temos redução de internação e de casos graves. Isso sem falar na liberação de leitos para outras doenças. Quando a gente imuniza mais, a gente protege mesmo quem não se imunizou, como os menores de 5 anos", opinou ela.
Já o pediatra Luis Alberto Verri, que atende pacientes na rede particular, a ideia difundida de que a doença não acomete de forma séria as pessoas mais jovens precisa ser melhor contextualizada, já que considera alto o número de infectados mortos.
"Na fase aguda da covid, a maioria vai ter um quadro leve, como coriza e diarreia. Mas temos outros dados que não são lembrados. No Brasil, foram 1.450 mortes de crianças e 24 mil casos de crianças em UTI com síndrome respiratória aguda grave", lembra.
Ele também observa que a doença causada pelo coronavírus pode causar duas situações graves em crianças, mesmo após o paciente conseguir se curar do quadro.
"A criança pode ter síndrome respiratória multissistêmica pediátrica. Depois de quatro a oito semanas, pode ter uma inflamação no corpo e desenvolver miocardite e problema de coagulação. Foram 1.412 casos no Brasil com 86 mortes no Brasil", finaliza.