A variante ômicron
se espalhou pelo mundo: em meados de janeiro, já era a cepa predominante no planeta, tendo provocado um aumento no número de casos de Covid-19
por onde passou. No Brasil, ela causou um recrudescimento na pandemia, interrompendo um movimento de queda no número de casos e mortes causadas pelo coronavírus.
De acordo com a Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, na 3ª semana epidemiológica de 2022 (16 a 22/1) a ômicron já respondia por 99,7% das amostras positivas sequenciadas no estado de São Paulo.
Confira abaixo seis fatos sobre a variante que preocupa o mundo e o que você pode fazer para se proteger dela segundo o Instituto Butantan.
1) A ômicron é muito mais transmissível que as outras variantes do SARS-CoV-2
A ômicron possui mais de 30 mutações na proteína Spike, que tem o papel de levar o vírus do SARS-CoV-2 para dentro do organismo humano. Algumas dessas mutações estão associadas ao potencial de escape imune humoral e maior transmissibilidade. Além disso, ela infecta mais rapidamente os tecidos do trato respiratório superior em vez dos pulmões, o que também contribui para que se dissemine com mais facilidade. Como em muitos casos a ômicron causa doença leve, isso pode resultar em uma menor taxa de detecção e, portanto, contribuir ainda mais para a transmissão. A subvariante BA.2 é ainda mais contagiosa, porém demonstra ter a mesma severidade da ômicron original, afirmou recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS).
2) As vacinas funcionam contra a ômicron
Segundo dados do Painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, entre 26/12/2021 e 1/1/2022 foram registrados 22.283 novos casos de Covid-19 no Brasil e 670 óbitos. Um mês depois, entre 23 e 29/1, já sob o efeito da disseminação da ômicron, foram 1.305.447 novos casos e 3.723 mortes. Ou seja: o número de casos aumentou 58 vezes, enquanto o crescimento na quantidade de mortes foi de cinco vezes. Especialistas são unânimes em atribuir essa diferença à vacinação: 70% da população brasileira já completou o esquema vacinal inicial contra a Covid-19. De acordo com pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), quase todas as mutações encontradas na ômicron, exceto uma, haviam sido identificadas anteriormente em outras cepas, o que explica por que as vacinas têm sido eficazes contra ela.
3) Quem não está vacinado corre mais risco contra a ômicron
De acordo com a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido e o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Unidade de Bioestatística da Universidade de Cambridge, o risco de reinfecção por Covid-19 pela ômicron é seis vezes maior entre os não vacinados e cinco vezes menor entre vacinados. De acordo com a OMS, a maior parte das novas hospitalizações devido à variante são de pessoas que não se vacinaram. A organização alerta que em locais onde há muita transmissão de Covid-19, a ômicron se dissemina com velocidade sem precedentes, e que os não vacinados são os mais atingidos. Também enfrentam mais risco pessoas idosas e que tenham comorbidades.
4) Já ter tido covid-19 não é suficiente para se proteger contra ômicron
Um estudo feito por pesquisadores chineses da Universidade Médica Hebei, em Shijiazhuang, e do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim, na China, mostrou que pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses com CoronaVac, vacina do Butantan e da Sinovac, e depois foram infectados pela variante delta do vírus SARS-CoV-2 estão protegidas contra a ômicron o que não acontece com quem teve a doença mas não tomou a vacina. De acordo com os cientistas, os níveis de anticorpos contra a cepa original de Wuhan e contra a nova variante no grupo vacinado foi significativamente maior do que o observado no grupo não imunizado.
5) A Coronavac funciona contra a ômicron
Diversos estudos têm mostrado evidências de que a vacina do Butantan e da Sinovac funciona contra a nova variante. Uma pesquisa realizada no Chile observou que indivíduos que tomaram a terceira dose da CoronaVac possuem células T que reconhecem a proteína Spike da ômicron de maneira equivalente à cepa original do SARS-CoV-2 e às variantes gama e delta, o que indica que o imunizante pode conferir proteção contra a ômicron, assim como contra as demais variantes de preocupação.
6) As medidas de proteção são eficazes para diminuir a transmissão da ômicron
Segundo a OMS, as evidências mostram que as medidas de proteção que já conhecemos muito bem uso de máscara, distanciamento social, higienização constante das mãos com água e sabão ou álcool em gel continuam extremamente importantes para combater a disseminação da ômicron. Além disso, é importante evitar espaços confinados ou aglomerações, tossir ou espirrar na dobra do cotovelo e ventilar os ambientes sempre que possível.