Líder espiritual preso acusado de abuso sexual em Campinas vira réu
Reprodução: ACidade ON
Líder espiritual preso acusado de abuso sexual em Campinas vira réu


O MP (Ministério Público) de Campinas divulgou nesta quinta-feira (18) um balanço da investigação e de processos contra o líder espiritual André Corrêa Lanzoni, preso no dia 10 de março acusado de abuso sexual durante terapias holísticas.

De acordo com o órgão, duas ações já tramitam na Justiça, tornando Lanzoni réu. No total, oito inquéritos foram abertos pela Polícia Civil. Já em relação a boletins de ocorrência são dez registros.

Dos inquéritos, três viraram denúncias oferecidas pelo MP, e destes, duas viraram ações na Justiça.

"Por enquanto, atá agora, são cinco inquéritos que foram encaminhados ao fórum. Destes cinco, três o MP já ofereceu denúncia. Duas foram recebidas e foi decretada prisão preventiva em três destes inquéritos. Então, são dois processos. Ele já vai ser citado e dar início ao processo cirminal", disse a promotora Adriana Vacare Tezine.

A inda de acordo com ela, as três primeiras denúncias foram por violência sexual mediante fraude, do artigo 215 do Código Penal. "Acreditamos que seja um número maior (de vítimas), porque ele atendia muitas pessoas. Eram cerca de oito por dia. Claro que não eram todos que ele tinha esse tipo de conduta, mas acreditamos que possa haver muito mais pessoas que foram vitimadas", disse ela.

Hoje foi a primeira vez que o Ministério Público se manifestou oficialmente sobre o caso, sendo que está acompanhando a investigação com a Polícia Civil. Segundo os promotores, as vítimas relataram apenas a conduta do terapeuta, que era chamado de 'pai espiritual'.

"Há possibilidade, estamos estudando, depende de como vai ser a investigação, para caracterizar o crime de vulnerável, com pena mais grave, de oito anos, e hediondo. Dependemos muito do que foi produzido", disse o promotor Leonardo Liberatti.

CANAL DE DENÚNCIAS

Eventuais relatos de vítimas ou quaisquer outras informações podem ser enviados ao e-mail somosmuitas@mpsp.mp.br, canal direto disponibilizado pelo Ministério Público. Os processos correm em segredo de Justiça, e as vítimas não terão a identidade divulgada.  

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OUTRO LADO

O advogado de André Lanzoni disse que só vai se manifestar após o encerramento das investigações.

O CASO

André Corrêa Lanzoni, de 43 anos, se apresentava como líder espiritual e terapeuta holístico. Ele foi preso no dia 10 de março por praticar uma série de crimes sexuais no distrito de Sousas.

Nos depoimentos, os relatos são de abuso, tortura psicológica e também de uma possível extorsão. As investigações da Polícia Civil começaram há mais de dois meses depois de relatos e denúncias das vítimas.

Segundo a polícia, ele abusou sexualmente de pelo menos 20 vítimas na clínica onde ofereceu o tratamento por dez anos. Ele é formado em matemática e física e já deu aulas em colégios renomados da cidade.

A clínica parou de funcionar em dezembro do ano passado quando as denúncias começaram. Em depoimento, ele confirmou que a renda mensal, junto com a esposa, chegava a quase R$ 70 mil.

André Lanzoni também é investigado por estelionato, uma vez que usava dinheiro de outras pessoas da casa para fazer investimentos como em imóveis.



A MULHER DE LANZONI

No dia 14 de março, a mulher do líder espiritual André Corrêa Lanzoni negou à Polícia Civil que tinha conhecimento dos casos.

"Eu ouvi a mulher do André Lanzoni e ela negou perimptoriamente que sabia das atrocidades que ele fazia com as pacientes. Chorou, estava muito nervosa", disse o delegado responsável pelo caso, José Roberto Rocha Soares.

O delegado afirmou ainda que ela foi ouvida em apenas um inquérito, e ainda existem outros quatro já instaurados. "Tem mais quatro, que precisa ouvir, que já estão instaurados. E tem mais cinco vítimas. Vamos ouvir com calma ela, pra ver se tem participação. Pelo que parece, não", disse ele.

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