MPT apura trabalho análogo à escravidão em fábrica clandestina
Reprodução: ACidade ON
MPT apura trabalho análogo à escravidão em fábrica clandestina

O MPT (Ministério Público do Trabalho) abriu procedimento para apurar a situação de trabalho análogo à escravidão em uma fábrica clandestina de bebidas em Indaiatuba. A Polícia Civil tenta identificar o responsável pelo galpão.

O local foi descoberto pela PM (Polícia Militar) na noite de ontem (29) e era usado para falsificar bebidas alcóolicas. Ao todo, 17 homens trabalhando em situação análoga à escravidão foram encontrados logo após a chegada das equipes.

No espaço, foram localizadas ainda aproximadamente 1 mil caixas de cerveja, além de rótulos e tampas usados para adulteração. Os responsáveis compravam marcas mais baratas e alteravam rótulos, colocando a identificação de bebidas mais caras.

Segundo a polícia, as bebidas eram entregues na região e até para outros estados.

SITUAÇÕES PRECÁRIAS

De acordo com a PM, 17 homens trabalhavam na produção, em situações precárias. Os trabalhadores vinham do Rio Grande do Norte, Goiás e Tocantins. Conforme os depoimentos, eles chegavam com promessa de trabalho honesto, mas encontravam outro tipo de função a ser exercida.

A jornada de trabalho começava às 6h e não tinha hora para acabar. Os trabalhadores também relataram que tinham alimentação escassa e recebiam em torno de R$ 1 para cada caixa de cerveja adulterada.

"Eles tinham proibição de sair do local, o caminho deles era de lá para o alojamento. Muitas vezes não tinham refeição. Hoje mesmo falaram que receberam alimentação só às 15h. As condições de onde estavam alojados eram precárias, sem higiene nenhuma, dormiam os 17 em três cômodos, numa situação bem complicada", disse o sargento Régis Tadeu Leite de Moura.

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OUVIDOS

Todos os homens prestaram depoimento na delegacia de Indaiatuba. Dois vão responder por crime contra a saúde pública.

Um deles fazia o transporte do produto para comerciantes em um caminhão que foi encontrado no galpão, e outro levava e buscava os homens para o alojamento.

Apenas um deles ficou preso porque também era procurado por tráfico de drogas no Tocantins. 

Segundo a Polícia Militar, o imóvel foi lacrado pela prefeitura e a Polícia Civil agora vai seguir na investigação para tentar identificar o responsável pelo esquema.

"Já foram apreendidos os celulares, anotações, que agora vão seguir tentando identificar os responsáveis tanto pelo crime de falsificação de bebidas como de trabalho escravo", completou o sargento.

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