O HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp retomou nesta quarta-feira (11) os testes da fase 3 da vacina Coronavac, produzida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Os testes haviam sido suspensos na última segunda-feira (9) depois da morte de um participante.
A retomada foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), após ser comprovado que a causa do óbito, registrado na Polícia Civil como suicídio, não teve relação com a vacina.
"Após avaliar os novos dados apresentados pelo patrocinador depois da suspensão do estudo, entende que tem subsídios suficientes para permitir a retomada da vacinação e segue acompanhando a investigação do desfecho do caso para que seja definida a possível relação de causalidade entre o EAG inesperado e a vacina", disse a Anvisa em nota.
TESTES HC
De acordo com o hospital, dos 1.044 voluntários esperados, 544 já receberam as duas doses dos testes, que podem ser do imunizante ou um placebo, conforme protocolo do estudo de verificação da eficácia da vacina chinesa.
Você viu?
O HC informou ainda que outros 500 profissionais de saúde, incluindo aqueles acima de 60 anos, ainda serão testados. O número equivale a 47,89% do total de voluntários previstos.
Ainda em novembro, o governo de São Paulo começa a receber da china cerca de 6 milhões de doses da vacina e a matéria-prima do laboratório Sinovac, que resultará em mais 40 milhões de doses do imunizante. Contudo, a vacinação em massa ainda terá que ser autorizada pela Anvisa.
O HC foi escolhido em julho como um dos 12 centros selecionados no Brasil para a testagem da vacina, e foi o sexto a iniciar a testagem, aplicando a primeira dose em voluntários no dia 6 de agosto. (leia mais aqui)
A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias em cada voluntário, sendo que grupos dos voluntários foram chamados aos poucos, em prazos diferentes.
Entre os 1 mil voluntários que participarão do estudo do HC, metade recebe a vacina, que contém o vírus inativo, e metade recebe o placebo- medicamento neutro que não contém efeito direto em doenças. Dessa forma, os pesquisadores colhem análises e observam a eficácia da vacina.
Entre o perfil de voluntários, não são permitidos ainda pessoas com doenças instáveis, que precisem de medicações que alterem a resposta imune, ou mulheres grávidas.