O Ministério Público do Rio de Janeiro , em parceria com a Polícia Rodoviária Federal , deflagrou na manhã desta terça-feira (15) uma operação contra uma quadrilha envolvida com transporte ilegal de combustível .
A operação, denominada "Desvio de Rota" , teve ao todo nove mandados cumpridos no Estado de São Paulo. Entre os endereços, foram cumpridos mandados em Campinas, em usinas e distribuidoras de etanol. Além de São Paulo, outros 25 mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro.
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Segundo a polícia, a operação já apreendeu cerca de três milhões de litros de etanol. De acordo com os investigadores, o prejuízo estimado com a sonegação fiscal é superior a R$ 1 bilhão.
COMO AGIA A QUADRILHA
A investigação aponta que os criminosos deixavam de pagar a alíquota de 32% referente ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Com isso, o litro do etanol chegava a ser comprado com desconto de quase R$ 1 quando vendido sem documentação fiscal válida, gerando uma concorrência desleal no comércio, além de causar enorme prejuízo aos cofres públicos e estimular a formação de organizações criminosas.
Os veículos percorriam caminhos mais longos para evitar a abordagem dos órgãos fiscalizadores. A investigação ainda apurou que os sonegadores usavam "olheiros" e "batedores" para tentar fugir da PRF e da SEFAZ-RJ (Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro).
A operação foi batizada como "Desvio de Rota" devido à utilização de caminhos alternativos pela quadrilha para desviar dos principais pontos de fiscalização.
Durante as investigações, que iniciaram em 2019, foram apreendidas mais de 70 carretas transportando etanol com irregularidades fiscais, no Rio de Janeiro.
Na época alguns servidores públicos chegaram a receber ameaças anônimas devido às apreensões de combustível. O fato impulsionou ainda mais os órgãos públicos a intensificarem a repressão ao ilícito e a investigação continua em caráter sigiloso.