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Escola Estadual Francisco Glicério.
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Escola Estadual Francisco Glicério.

O retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais começou ontem (8) em Campinas e em todo o estado de São Paulo. Neste começo, as escolas recebem menos alunos por causa do rodízio determinado para conter o coronavírus, mas também conta com menos professores, sendo que 15,3% não retornam aos postos presenciais em Campinas por fazerem parte do grupo de risco. 

O número de professores afastados das escolas foi divulgado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo). Segundo o sindicato, são cerca de 8 mil professores na cidade, e 1.225 deixaram de comparecer às escolas por apresentarem comorbidades. Todos eles seguem atuando no ensino remoto. 

Na avaliação do sindicato, o percentual de professores que são do grupo de risco é alto, e por isso é defendido o retorno após a vacinação dos profissionais como forma de segurança. Além disso, a Apeoesp considera que a ausência desses professores pode prejudicar na educação dos estudantes.

"É preocupante, porque 15% eu acho um número significativo de profissionais de educação que não vão retornais as aulas presenciais, então vai faltar professores e professoras. Por nós, todos os professores poderiam continuar com as aulas e atividades remotas enquanto não tiver vacina e retorno com segurança nas escolas" disse Solange Puzzoto, conselheira estadual da Apeoesp. 

Até sexta-feira, Campinas contava com duas escolas estaduais com casos confirmados de covid-19, e mais três com casos suspeitos.

EM CASA

A professora Francisca da Silva é uma das professoras que continua no ensino remoto por fazer parte do grupo de risco. Com hipertensão e diabetes, ela fala que sente saudades de dar aulas, mas o medo ainda é grande. 

"Sentindo falta eu tenho, mas enfatizo que é necessário que os professores, meus companheiros sejam vacinados antes do retorno presencial", pontuou Francisca, que não dá aulas presenciais desde março do ano passado. 

O caso é semelhante com o professor Bruce Fonseca, que é asmático e também teme se contaminar. 

"Minha asma é controlada, me medico diariamente, mas esporadicamente acabo precisando passar uma noite no hospital, tomar medicação mais intensa para voltar a respirar e o meu receio é esse, como o vírus ataca as vias respiratórias, meu medo é de morrer mesmo. Então acho que a única solução que tenho é continuar trabalhando em segurança e em casa, e considero que ensino remoto funciona e o aprendizado acontece sim" ressaltou. 

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RECEIOS

Mesmo as aulas voltando com 35% da capacidade de alunos, o retorno causa insegurança também em pais de alunos, que também temem a contaminação nas escolas. 

O pintor Cícero dos Santos disse que deixou o filho, mas ainda com coração apertado. "Eu vim meio preocupado, porque a pandemia ainda está em circulação. Meu filho ainda é pequeno, então tive que orientar bastante ele" contou. 

A dona de casa Fabiana Silva também disse que orientou bastante a filha sobre o retorno. "A gente fala como tem que ser, passar álcool em gel, trocar a mascara, ela está fazendo certinho porque é grandinha, mas ainda tem o risco né", comentou. 


O QUE DIZ O ESTADO?

Procurada, a Secretaria de Educação do Estado afirmou que não retornar as aulas presenciais seria prejudicial para a saúde emocional e mental das crianças, e reforçou que está tomando todos os cuidados em relação à proteção de alunos e funcionários. 

Segundo o secretário de Educação de SP, Rossieli Soares, a pasta contratará professores temporários para substituir presencialmente aqueles que são do grupo de risco. No entanto, o número de contratações ainda não foi definido.

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