Campinas dobra percentual de áreas verdes em dez anos
Reprodução: ACidade ON
Campinas dobra percentual de áreas verdes em dez anos

Campinas dobrou o percentual de áreas verdes em dez anos. O município passou de um cenário de 7,07% de áreas verdes principalmente fragmentos florestais, áreas na margem de córregos e rios para 14,4%, segundo novo levantamento do Inventário Florestal de São Paulo, divulgado no final do mês de julho de 2021.  

O resultado indica um aumento de 1.950 hectares de área recuperada.  Segundo o Inventário Florestal publicado em 2000, o município de Campinas contava com 2.263,77 hectares de área com cobertura vegetal (cerca de 2,85% do território).

Já na segunda década do século, em 2010, segundo o novo Inventário do Estado, Campinas apresentou o valor de 5.620,78 hectares de área com cobertura vegetal (cerca de 7,07%).

Em 2020, o valor de área vegetada no município chegou a 11.435 hectares, correspondente a aproximadamente 14,4% da área territorial municipal, mais do que dobrando a cobertura vegetal, conforme este levantamento apresentado pelo Estado.

Apesar de toda a queda nos séculos anteriores, o estudo mostra que a vegetação passou a ser recuperada, sobretudo a partir da última década.

RECUPERAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Segundo o secretário do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Rogério Menezes, foi a política pública de cultivos para recuperação de áreas verdes, com o plantio de 225 hectares, e a maior fiscalização e por meio de compensações ambientais, favorecendo a regeneração natural.

"Isto ocorreu, em parte, graças à regeneração natural no cenário de maior fiscalização e plantios, com tecnologia aplicada; e da consciência maior dos proprietários rurais que hoje têm que fazer o Cadastro Ambiental Rural na esfera federal de cada propriedade, e no qual toda a vegetação é georreferenciada", disse.

De acordo com o secretário, foram tomadas decisões importantes para chegar a este resultado.

"Além da ampliação da fiscalização ambiental tínhamos quatro fiscais na área ambiental e hoje nós temos 11 , nós utilizamos tecnologia aplicada à fiscalização. Uma área derrubada a gente vê pelo computador, a gente dá o zoom no território, são imagens do Instituto de Nacional de Pesquisas Espaciais que nós recebemos", completa Menezes.

Todo proprietário rural é obrigado a fazer o cadastro que inclui imagens georreferenciadas de satélite, toda a vegetação da propriedade, informação sobre a demarcação das áreas ao entorno da margem de córregos e rios, e demarcação de 50 metros de raio ao redor das nascentes. Fazer o cadastro destes dados é obrigação legal e cada proprietário rural precisa entregar as informações ambientais de suas posses.

Em Campinas, a maioria dos proprietários rurais se inscreveram pois têm responsabilidade com esta dívida ambiental de cada propriedade.

"Neste novo cenário há maior conscientização, maior fiscalização e ação pró-ativa do poder público, da Prefeitura já são 300 campos de futebol plantados em compensações ambientais com árvores nativas, o que contribui para esta recuperação histórica", completa o secretário do Verde.

ÁREA VERDE PERDIDA

Segundo Rogério Menezes, a área verde perdida é um valor complexo de se calcular. Ele explica que estimativas do Instituto Florestal indicam que o Estado de São Paulo tinha, no período de pré-colonização, cerca de 81,8% de cobertura vegetal. Em 1854, este valor caiu para 79,7%; para 70,5%, em 1886, e assim em diante, até chegar no patamar de 3% no ano 2000.


Assim, por falta de levantamentos municipalizados com confiabilidade, pode-se estimar que a perda que o município passou até o ano de 2000 reflete a tendência do Estado como um todo.

Evolução dos percentuais de áreas verdes nos últimos anos:

2000 2.263,77 hectares 2,85% do território

2010 5.620,78 hectares 7,07% do território

2016 9.460 hectares 11,5% do território


2018 10.986 hectares 13,81% do território

2021 11.435 hectares 14,4% do território

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